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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O ex-piloto de Fórmula 1 Rubens Barrichello foi para a pista de Interlagos nesta quinta-feira e dominou o “grid” na sessão de testes para os astros convidados para a Corrida do Milhão, que no domingo encerrará a temporada da Stock Car e definirá o campeão da categoria.

O ex-piloto de Fórmula 1 Rubens Barrichello foi para a pista de Interlagos nesta quinta-feira e dominou o “grid” na sessão de testes para os astros convidados para a Corrida do Milhão, que no domingo encerrará a temporada da Stock Car e definirá o campeão da categoria. LEIA MAIS Campeão dos Sertões sai do coma após acidente, e estafe mostra otimismo Leia todas as notícias de Velocidade Com direito a um capacete homenageando o Corinthians, Barrichello fez o primeiro tempo na disputa particular com os rivais de Fórmula Indy Tony Kanaan, Hélio Castroneves e Rafa Mattos. Cravou 1min42s474, mais de meio segundo à frente de Matos. Castroneves foi terceiro e Kanaan o quarto. "Me senti agraciado de estar de volta a Interlagos. Nasci aqui, vivi aqui, corri 19 anos de F1. É uma diferença muito grande com o carro de Stock numa pista que sempre foi meu quintal de casa, mas os testes foram muito bons", explicou, contente com os resultados gerais, após três sessões de uma hora. “Temos de esperar agora pelo fim de semana e ver o quanto competitivo a gente está", adicionou ele. "O carro da Stock parece mais largo na pista, então as trajetórias são diferentes de um Fórmula 1. Mas, não importa o carro, é sempre uma emoção estar em Interlagos." Barrichello disse que se sente mais experiente após duas corridas na categoria, e enfrenta o primeiro teste com todos os 32 carros na sexta-feira. . "Estou mais experiente após duas provas, mas a comparação, por enquanto, foi só com os convidados. O bicho vai pegar mesmo quando todos os competidores estiverem aqui", concluiu.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dilma sinaliza que vai bancar redução de 20% na conta de luz

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A presidente Dilma Rosseff atacou na manhã desta quarta-feira (5) a "falta de sensibilidade" dos governos tucanos e sinalizou que está disposta a bancar a redução de 20,2% da tarifa de energia. Conta de luz para as residências pode cair só 10% em vez de 16,2% Planalto vai atribuir fracasso da redução no preço aos governos tucanos Térmicas podem diminuir até três pontos percentuais da queda na conta de luz "Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não recuará apesar de lamentar a imensa falta de sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso", disse a presidente a uma plateia repleta de empresários, durante discurso no Encontro Nacional de Indústrias, em Brasília. "Somos a favor da redução de custos e faremos isso". Tanto a Cemig quanto a Cesp, companhias energética de Minas Gerais e São Paulo, respectivamente, se recusaram a renovar a concessão de todas as suas geradoras. Ambos os Estados são governados pelo PSDB. Sem a adesão das elétricas para atingir a meta estipulada por Dilma, a queda da conta de luz nas residências será de aproximadamente 10%. O ataque aos tucanos foi velado. Sem citar nomes, Dilma disse que vai fazer "aquilo que os outros não tiveram sensibilidade de fazer". A presidente, contudo, não explicou como vai custear sozinha a redução das tarifas de energia. Comparou a importância da decisão à redução da taxa de juros, de câmbio e ao respeito a contratos. "Reitero meu compromisso de a partir de 2013 buscar esforço para reduzir a tarifa de energia", anunciou. RESIDÊNCIAS Ontem, a Cemig se recusou a renovar as concessões de suas geradoras, em troca do que teria que baixar o preço da energia. Anteontem, a Cesp também havia deixado três usinas de fora. Juntas, elas representam mais de um quarto da energia que poderia ser barateada, o que torna impossível ao governo chegar aos 20,2% de redução na média previstos, a não ser com novas medidas. Pelos cálculos do próprio governo, a queda agora será de 16,7%. No caso das residências, porém, o alívio será ainda menor, por causa da necessidade de ligar usinas térmicas, cujo custo é até cinco vezes maior que o das hidrelétricas. Inicialmente previsto em 16%, o corte na conta de eletricidade para residências pode cair para perto de 10%. PORTOS E AEROPORTOS Em clima de balanço de fim de ano, a presidente antecipou ainda medidas que pretende anunciar ainda este mês. Nesta quinta-feira, o governo federal apresenta o pacote de medidas para portos. "Amanha vamos apresentar à sociedade um conjunto de ações e de investimentos e novas regras regulatórias. Essas regras significam buscar maior produção de cargas, menores custos, mais eficiência", afirmou a presidente. Ela disse ainda que, até final deste mês, o governo federal apresenta um plano para aeroportos regionais e novas concessões aeroportuárias para aeroportos centrais, como Galeão e Confins.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Aécio deve se lançar já ao Planalto, diz FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acha que o pré-candidato tucano ao Planalto em 2014, o senador mineiro Aécio Neves, deve antecipar seu discurso e se assumir já como postulante ao cargo. Já o PSDB precisa fazer autocrítica sobre as últimas campanhas, quando o partido adotou posições que considerou erradas, de cunho moral e religioso. Em entrevista ao "Poder e Política" , projeto da Folha e do UOL, na última sexta-feira (30), o tucano disse: "Eu acho que nossos políticos precisam voltar a tomar partido, em bola dividida. "A busca das coisas consensuais mata a política. E mesmo se for o caso de ser candidato, que diga que é." Aécio deve dizer agora que é candidato? "A ideia de que você precisa esperar, porque vai ser desgastado, não adianta. Acho que ele deve assumir." Na entrevista, FHC também disse que até José Serra também "pode, de repente, ser candidato", mas "não é a tendência no PSDB". Já Joaquim Barbosa, presidente do STF, "tem bom senso" e "não entra nessa" de se candidatar ao Planalto. "Porque é outro caminho, não é o dele". Seria um "erro". FHC reconhece que no momento pelo qual passa o mundo, é natural ganhar força a percepção geral de que o Estado precisa socorrer a economia. "Enquanto estivermos nessa conjuntura atual, sim", afirma. Só que com crise externa, "os que estão no governo passaram a ter uma espécie de perdão para utilizar recursos públicos para reativar a economia". O ritmo do crescimento do PIB não é algo que dependa só do presidente da República. "Mas como puseram na campanha que ela [Dilma Roussef] era a boa administradora, o mau desempenho da máquina, que não dependeu dela, mas de um sistema, vai cair na cabeça dela". Para o tucano, Dilma não tem um "brilho grande na administração. Não conseguiu ainda organizar. Não se sabe nem o nome dos ministros. Está uma coisa meio opaca ainda". Sobre o mensalão, disse sentir por algumas condenações, como as de José Genoino e de José Dirceu. "Eles não foram condenados pelos que eles são. Mas pelo que fizeram (...) Acho um episódio triste. Porque essa gente ajudou muito o Brasil no passado". De Luiz Inácio Lula da Silva, que o sucedeu no Planalto, FHC condena a atitude complacente. "A leniência não quer dizer que participou, nem estou acusando. É que não reclamou". Engajado num movimento para reduzir o combate violento ao uso de drogas, FHC acha que em cerca de dez anos usuários não serão mais criminalizados nem irão para a cadeia. Aos 81 anos, o tucano faz musculação três vezes por semana. Bebe vinho ("não muito") e whisky ("raramente"). "Durmo bem. Eu gosto da vida, gosto das pessoas". Está namorando? "Eu estou. Mas não é meio ridículo? Namorar com 81 anos? Não pode." A seguir, trechos da entrevista: Folha/UOL - A crise econômico-financeira internacional colocou na defensiva as ideias liberais. Essa onda muda a abordagem de partidos como o PSDB? Fernando Henrique Cardoso - Os que estão no governo passaram a ter uma espécie de perdão para utilizar recursos públicos para reativar a economia. O PSDB foi um partido muito menos ideológico do que as pessoas pensam. E também nunca foi um partido que tivesse muito amor pelo mercado. É uma ilusão, uma impressão. Como todos os partidos brasileiros, as pessoas gostam mesmo é de governo, é de Estado. Isso desde Portugal, da Península Ibérica. O grande ator, querido, é o governo. E as pessoas confundem o Estado com o povo. O que é do Estado, é do povo. Esquecem que o Estado depende de quem esteja lá. A propósito, o técnico da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari, vocalizou algo correlato a esse pensamento genérico dos brasileiros. Disse que quem "não quer pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil"... É injusto porque o pessoal do Banco do Brasil trabalha... Mas... Mas o sentimento de muita gente é "vai para o governo para não trabalhar". Não é. Eu fui presidente, fui ministro. Eu tenho experiência na máquina pública. A máquina pública brasileira tem gente muito competente. Mas é inchada. Tem também os que não trabalham. Você toma os que não trabalham como se fosse generalizado. Não é assim. Nós temos uma máquina pública que tem competência exatamente porque ela é antiga. No momento pelo qual passa o mundo, é natural haver essa percepção geral que o Estado precisa voltar para socorrer todo mundo? Enquanto estivermos nessa conjuntura atual, sim. Mas isso muda. É uma questão com um conteúdo mais pragmático. Nós não fizemos aqui o que foi feito na Argentina, ou mesmo no Chile. Em alguns setores, em função da escassez de recursos do governo, houve a capacidade de você transferir novas tecnologias e, para forçar a competição, houve uma abertura sob controle: as agências reguladoras. Portanto, nunca houve uma espécie de 'desprestigiamento' do Estado. Houve uma abertura para forçar a competição. Não para transformar o que era público em privado e o monopólio privado. Veja no petróleo. Nós flexibilizamos com a Lei do Petróleo. Para permitir a competição. Não privatizamos a Petrobras, nem nunca quisemos. Nem o Banco do Brasil. Houve até uma discussão. Sempre me opus a privatizar o Banco do Brasil. O Banco do Brasil sempre será estatal? Acredito que vai ser pela nossa tradição. Acredito que vai ser. Mas o Brasil tem dois bancos estatais grandes... Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal... Eu sei. Mas é muito difícil, num país como Brasil, acabar com isso. Até porque essa última crise demonstrou, e a baixa do juros também, que esses bancos públicos podem ser úteis como política pública para obter certos resultados. O discurso mais estatizante hoje está reforçado por causa da crise externa? Talvez. Depende de como se fale. Veja o seguinte, ninguém está pedindo para reestatizar as telefônicas. Ao contrário, estão pedindo para fazer licitação para as rodovias. Estão pedindo para fazer licitação para os aeroportos. Porque está estrangulado aí. Se você colocar ideologicamente, aí é cara ou coroa. Sabe Deus o que vai acontecer. Mas, se você colocar de uma maneira adequada e tiver coragem de explicar e ter convencimento, então faz. O PSDB nasceu num espectro do centro para a esquerda. Em eleições recentes, incluiu temas morais e religiosos em seu discurso e se deslocou para a centro-direita. Por quê? Eu acho que os dois partidos principais nesses temas acabam tendo que dizer aquilo que eles não acreditam. Porque supõem o que a opinião pública queira. Ficam mais conservadores os dois. Não há diferença. Mas quem puxou a fila foi o PSDB... Por engano eleitoral. Esses temas são delicados. Eu acho que você tem que manter a convicção. Você vai lá, pode ganhar, pode perder. Em termos de comportamento e de valores morais, o PSDB tem que se manter progressista. Quando não se mantém, não tem o meu apoio. Eu não vou nessa direção. Essa guinada moralista foi um erro do PSDB? Eu não faria. Mas eu não quero estar julgando porque as circunstâncias são variáveis. E como eu disse, essa guinada é dos dois lados. E a ideia que prevalece é a seguinte: o povo não quer isso. Pega a questão da privatização. Veja as pesquisas da época. A favor. Você tem que ganhar a batalha ideológica. Quando você perde a batalha ideológica, não há o que fazer. Para você poder mudar, para você poder transformar, você tem que estar com convicção e o apoio da sociedade. Ninguém modifica sozinho. O sr. tem dito que o PSDB tem que se aproximar mais dos eleitores e do povo. Como o partido fará isso? Não é só o PSDB. Os partidos, por causa de uma mudança tão rápida no Brasil, ainda continuam com uma visão de sociedade anterior à atual. A atual é essa do UOL, da pessoa que fica aí navegando o tempo todo, que tem informação fragmentada. O interesse dessas novas camadas que estão em ascensão social não é muito claro. Não é homogêneo. Nós não sabemos. Minha tese é a seguinte: é preciso ouvir. Não é pregar. É ouvir. É reconectar com o que está acontecendo com o país. Por exemplo? Eu estudei essa questão de droga. E sou sociólogo. Eu vou ver, fui para a favela. Vi, ouvi, falei, conversei. Vi a reação, a polícia. Há um Brasil novo. Mas esse Brasil novo não quer dizer que ele seja todo igual ao que foi o Brasil do passado e que vai ser todo mundo da classe média. Classe média é um conceito que confunde. Eu fui um dos primeiros a falar das novas classes médias, do papel na oposição nisso. Ninguém sabe muito bem o que é isso. O que essa gente realmente significa. Houve um aumento de fluxo de renda. Medido pelo fluxo de renda, você tem realmente uma camada enorme. Agora, isso significa o mesmo comportamento? Não. Porque ainda não foi sedimentada uma cultura, uma forma de associação, de sociabilidade nova. Os partidos têm que tentar penetrar concretamente. Ir até a periferia... Veja essa última novela da Globo, "Avenida Brasil". É interessante. Coloca uma temática do que se imaginava que eram os emergentes. Eles têm uma identidade forte com o seu lugar de origem. E olham até com certa suspeita a chamada Zona Sul. Como diria o Elio [Gaspari], o andar de cima. Mas o andar de baixo andou. Subiu. Está não se sabe bem onde. Você tem que ver como é que eles pensam. Eles têm música. Eles têm interesse pelo esporte. Eles têm interesse pelo futebol. Eles têm literatura na periferia. É curioso porque é como uma outra linguagem. O que eu estou dizendo não é só para o PSDB. Tomara que o PSDB vá mais depressa do que todos. Porque o próprio PT, que tinha um enraizamento popular, é popular nos sindicatos. É coisa antiga, já existia. Um movimento social. Esta gente não está no movimento social, não está no sindicato. Eu os chamo "radicais livres". Eu acho que tem um público novo e que se os partidos quiserem ser capazes de expressar alguma coisa, têm que saber exatamente o que é. Uma linguagem nova também. Para emprestar essa terminologia da medicina, como o partido, o PSDB no caso, vai conseguir chegar aos "radicais livres"? Em 2013, ano que antecede a eleição, é o momento de os partidos se organizarem, reorganizarem e conectarem. Você pode chamar os nossos intelectuais. São bons, ajudam. Mas não é o momento para isso. É para você pegar desde as prefeituras e chamar os líderes comunitários. O pessoal que está fazendo futebol de várzea. Os que estão em call centers, que são milhares. Tentar organizar os que têm blog. Faz encontros. Não é para entrar no PSDB porque, hoje, essa gente não vai entrar em nada. Não é para filiá-los ao PSDB? Não. É para o PSDB poder ter uma certa interlocução. Para estar junto. Mas quem no PSDB vai comandar esse processo? Ontem [29.nov.2012], eu estive numa reunião de prefeitos eleitos, cerca de 170, em São Paulo. Fiquei muito bem impressionado. Alguns desses novos prefeitos, e dos antigos também, são pessoas que falam essa linguagem. Mas é a questão do local. Eles não passaram para o estadual, nem para o nacional. Tem que pegar essa gente e jogar no estadual e no nacional. Eles têm contatos. Eles fazem isso. A oposição parece ter duas apostas para 2014. A primeira é imaginar que, em algum momento, a nova classe média queira mudar o seu patamar de exigências e vote contra o governo. A segunda, tentar colar no atual governo de Dilma Rousseff uma imagem de incompetência administrativa. É isso mesmo? Não são as minhas apostas. Eu acho que apostar no negativo é sempre ruim. É discutível apostar que as pessoas que estão aí, pela mobilidade [social], vão querer mais e [haverá] uma adesão a esse ou aquele partido. Eu acho que tudo depende do apelo. Por isso que eu digo que tem que ouvir. É um erro não entender que você tem que ser ativo no processo. Você tem que interpelar numa maneira que as pessoas ouçam a sua interpelação e concordem com ela. Não é simplesmente esperar que aconteça para você surfar. Mas e a capacidade gerencial do governo? Alguém me perguntou a respeito de o PIB ter crescido pouco: 'Isso quer dizer que a presidente Dilma é má administradora?'. Não. O PIB cresceu pouco por mil razões. O erro, que eu acho que houve, [por parte] do governo, é que o governo se colou ao PIB. Não precisava. O Produto Interno Bruto cresce ou não cresce por mil fatores. O PT colou que no meu período [1995 a 2002] o crescimento foi relativamente pequeno, 2,6% em média. Muito bem. Mas, na época, a economia mundial crescia menos que isso e a situação financeira aqui era muito difícil. Então não se pode atribuir ao governo o PIB não ter crescido. No momento seguinte, o governo do Lula teve sorte. Engatou no bem estar econômico. O PIB cresceu. Depois, caiu. Não caiu porque o governo [Lula] tivesse errado. Foi por dificuldades. Eu não acho que se deva colar na presidente Dilma [a queda do PIB]. Ela é que pode se colar nisso. Aí fica mal para ela. O PIB no atual nível afeta o resultado eleitoral? Se houver desemprego. Se não houver desemprego, a população não sente isso aí. Eu acho que sim. Mas no Peru o PIB crescia, no Chile crescia e perderam [as eleições] os governos. Não há uma relação mecânica. Sempre depende do jogo político, de como é que você coloca a questão. Quais são as questões que vão ser sensíveis naquele momento eleitoral. Depende, portanto, da ação política. Não depende só da estrutura e dos fatos que acontecem. E a oposição deve criticar a administração por eventual falha gerencial? Deve ser feito porque é bom para o Brasil. Tem que fazer. Não é porque isso vai dar voto. Pode, eventualmente, dar voto. Se os erros se acumularem muito. E o erro aqui vem do seguinte: na campanha eleitoral, para viabilizar a candidatura da presidente Dilma, ela foi apresentada como a grande gestora. De novo está ligado ao PIB, a mesma ideia. Como se a grande gestora fosse responsável pelo que acontece no país. Não há mais isso. Hoje a gestão depende da máquina, depende de outra coisa também. O que está atrapalhando atualmente? Tudo agora parece que é a crise externa. Não é. A crise só nos beneficiou até agora. Não houve interrupção de fluxo financeiro e o preço das commodities não caíram. Não nos atrapalhou neste sentido. O que nos atrapalha é a falta de uma visão estratégica. Se quiser dizer de outra maneira: as reformas, que eles [integrantes do governo do PT] não gostam de falar, foram paralisadas. Porque na ideia de surfar e de distribuir renda, é bom, mas tem limite de longo prazo. Não pode. Tem que ter crescimento. Obnubilaram a visão do governo de que precisava mexer em outras coisas mais profundas que não são populares. Por exemplo? Como é que vai mexer no mercado de trabalho? Não é popular. Então, não mexe. O que foi feito com os aeroportos? Nada. O que foi feito com a energia elétrica? O modelo que está aí, o BNDES financiando tudo. Você e eu que estamos pagando. E não está havendo capital. Isso e mais a partidarização da máquina diminui a eficiência. A máquina não era nenhuma maravilha, mas tinha gente boa. Mas houve uma grande partidarização, dos vários partidos. Até certo ponto sempre há, eu sei disso, não sou ingênuo. Mas aqui houve o predomínio. A Dilma luta contra isso, mas está ali meio bloqueada. Isso diminui o desempenho da máquina. Não é o dela. É o da máquina. Mas como puseram na campanha que ela era a boa administradora, o mal desempenho da máquina, que não dependeu dela, mas de um sistema, vai cair na cabeça dela. Ou seja, a oposição poderá dizer que venderam uma administração de grande eficácia na governança... ...E não está se mostrando assim. A governança está falha. Eu não vou dizer que esse seja o motivo central de fazer campanha. Campanha é outra coisa. Depende da conjuntura, eu não sei o que vai acontecer. E depende de outras coisas. Mas isso [falar da governança] pega quem? Por enquanto, não pega o povo. O que repercute entre os eleitores? O povo vai pegar nos seus resultados. Não vai pegar nisso aí. Você sabe como é o jogo político. De alguma maneira você tem que deixar marcas. Uma é a da incapacidade de te atender. É na saúde, é na educação, é no transporte. É aí que vai pegar. É a questão da casa. Está funcionando? Não está funcionando? Mas apesar de não haver avanços gigantes nessas áreas, tampouco pode-se dizer que há uma catástrofe absoluta que possa render eleitoralmente... ...Mas nunca está uma catástrofe absoluta. Você não perde quando está uma catástrofe. Se fosse assim era só na tragédia que você perde. Não é na catástrofe. Não precisa ser catástrofe. É no momento, no estigma e também na opção. Quer dizer: tem outro melhor? Hoje, ninguém vota em partido e nem sabe a diferença de legenda. Até porque é difícil. Voto é esse ou aquele. É bom? É pior? É muito mais isso. O sr. mencionou numa resposta anterior a discussão sobre drogas. Esse debate deveria ser incorporado pelos partidos, pelo PSDB? Está chegando a hora. Não sei se já chegou. Esses temas são delicados. É melhor debatê-los na sociedade do que na via política. A via política pode reforçar preconceito. E o Congresso não vai nunca tomar a dianteira nesses temas. Em muito desses temas delicados, o Supremo Tribunal [Federal] tem ido avante enquanto o Congresso fica para trás. O Supremo não precisa de voto. Eu acho que o debate na sociedade foi aberto. Não aqui, no mundo todo, inclusive aqui. Veja o que aconteceu no Rio de Janeiro: a UPP [Unidade de Polícia Pacificadora]. A UPP não vai lá para matar bandido. Ela vai lá para desarmar. Não vai lá para acabar com a droga. Porque não acaba. Se fosse no México, com a pressão americana, iam lá para matar. Uns matavam os outros. Não é o que está acontecendo. Se a experiência do Rio pode dar certo ou não vai depender de outra coisa. Vai depender da capacidade que tem o Estado de continuar presente lá. Porque o problema do tráfico é que eles dominam o território. E expulsam o Estado. Expulsa o Estado. Agora, os traficantes foram expulsos. Continuam operando, mas não é naquele local e nem com arma na mão. Para isso se manter, é preciso que o Estado esteja lá. Muitas ações sociais. Não sei se está havendo. Mas o debate é importante. Antigamente, você dizia: 'Tem que botar na cadeia, tem que prender'. Agora tem um projeto de um deputado do PT dizendo que um pequeno traficante que não tenha antecedente criminoso não deve ir para a cadeia. Não é meu, é dele. Isso era impensável algum tempo atrás. Discutir o tema. Mas o sr. diz que talvez ainda não esteja no momento de os partidos incorporarem esse debate? Talvez ainda não esteja. Eu sou o presidente da Comissão Global sobre Drogas, no mundo todo. Com gente importante: Paul Volcker, grandes escritores etc. A que conclusão nós chegamos? Que esse tema não se resolve só pela repressão, pela violência. A guerra às drogas perdeu. A Colômbia, depois de todos esses anos de droga que desmantelou muito a guerrilha, continuou oferecendo ao mercado mundial a mesma quantidade de cocaína que sempre ofereceu. E o mercado que a absorve são o Estados Unidos e o Brasil, os maiores. No México, está havendo guerra. A droga, em geral, faz mal. Todas. Álcool, fumo, maconha para não falar de heroína. Todas, em grau diferentes, fazem mal. Ao reprimir não resolve. Por que você não tenta diminuir o consumo, a demanda, como se fez com o cigarro? Com a maconha, pelo menos. E por que não se experimenta o que a Europa está experimentando? Produtores independentes. Ou o que o Uruguai permitiu? Ou o que o presidente da Costa Rica está querendo? O sr. considerou positiva a medida do Uruguai? O gesto é positivo. Como também, eu digo, o presidente da Colômbia, [Juan Manuel] Santos, disse a mim que ele ia propor a reabertura do tema na reunião do hemisfério [Sul]. Todos os presidentes concordaram que tem que discutir o assunto. Que, pela violência só, não se resolve. Você não pode dizer "bom, libera", porque não pode liberar. Tem que regular. Tem que controlar. Não é simples. Não tem receita. Mas a atitude é completamente diferente. Quando você vê os discursos do Reagan, do Nixon sobre drogas e vê o atual, mudou muito. E aqui também. Quantos anos vai demorar para que o mundo conviva com essa ideia de maneira mais generalizada e não se criminalize o uso de drogas como hoje? O uso de drogas criminalizadas está caindo rapidamente. Não tem sentido tratar o que seja dependente como criminoso, como prisioneiro. Ele é paciente, tem que ir para o hospital.