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domingo, 29 de dezembro de 2013

Mané Garrincha terá gasto adicional de R$ 150 milhões Eduardo Rodrigues | Agência Estado

Inaugurado há apenas sete meses, o estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014 ainda terá um custo adicional de nada menos que R$ 150,752 milhões no ano do Mundial. Esse é o desembolso previsto no orçamento do Governo do Distrito Federal (GDF) para "reforma e ampliação" do Estádio Nacional Mané Garrincha no próximo ano. Com isso, o custo oficial da arena brasiliense chegará ao patamar de R$ 1,4 bilhão. De acordo com a Coordenadoria de Comunicação para a Copa (ComCopa) do GDF, os R$ 150,752 milhões orçados pelo governo distrital se referem a pagamentos de contratos já firmados para a construção do estádio. Por meio de nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, o órgão informou ainda que o valor não altera a investimento total previsto para a arena da capital do País. Como a maioria do estádios da Copa de 2014, o novo Mané Garrincha - o antigo estádio foi totalmente demolido e um novo foi construído no mesmo local - sofreu com atrasos e foi inaugurado em maio deste ano, menos de um mês antes do jogo de abertura da Copa das Confederações. A partida entre Brasil e Japão, que terminou com vitória da seleção brasileira por 3 a 0, foi a única do torneio realizada em Brasília. Na ocasião, o estado do gramado do estádio foi criticado pelo próprio técnico Luiz Felipe Scolari, reclamação que se repetiu durante todo o segundo semestre do ano, quando várias partidas do Campeonato Brasileiro foram realizadas no local. Nas últimas semanas, as críticas também vieram da parte do público, que sofreu com centenas de goteiras na cobertura do Mané Garrincha - que custou R$ 209 milhões - e diversos pontos com água empossada nas arquibancadas. Durante a final do Torneio Internacional de Brasília de Futebol Feminino, na qual o Brasil goleou o Chile por 5 a 0 no último domingo, os torcedores também tiveram dificuldades em acessar o estádio, já que foram obrigados a cruzar um lamaçal após passarem pela única entrada para as arquibancadas que foi aberta pela organização da competição. Desde a sua inauguração, o novo Mané Garrincha recebeu 21 partidas oficiais de futebol, sendo dez do Campeonato Brasileiro, oito do Torneio Internacional de Futebol Feminino, a final do Campeonato Brasiliense, a abertura da Copa das Confederações e o amistoso da seleção brasileira contra a Austrália. Até a Copa do Mundo, que terá sete jogos disputados em Brasília, apenas as duas finais do Campeonato Brasiliense de 2014 estão programadas para o estádio - assim o governo espera resolver o problema do gramado ruim do estádio. CUSTO - Segundo a ComCopa, o valor do Mané Garrincha pode cair para R$ 1,2 bilhão, caso o GDF consiga junto ao governo federal a aplicação retroativa do Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização dos Estádios de Futebol (Recopa) para a arena. Os responsáveis pelo estádio alegam que as obras se iniciaram em julho de 2010, mas o crédito tributário do programa só começou a ser contabilizado a partir de maio de 2012, ou seja, 20 meses depois. Outra obra vinculada ao estádio também está relacionada no orçamento do GDF para 2014. A construção de uma passagem subterrânea ligando o Mané Garrincha ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães está orçada em R$ 4,090 milhões.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Fifa e Match são multadas em R$ 1 mi por desrespeitar código do consumidor

A Fifa e a Match, empresa contratada pela entidade para vender os ingressos para os jogos, foram multadas em R$ 1 milhão pelo Procon de Pernambuco devido a problemas enfrentados por torcedores durante a Copa das Confederações. Segundo o Procon, a Fifa e a Match desrespeitaram o código de defesa do consumidor por não oferecerem informações corretas sobre os ingressos aos torcedores. O inciso III do artigo 6º do código diz que todo consumidor tem direito a "informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem". Dezenas de torcedores procuraram a OAB-PE (Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco) reclamando que pagaram por um ingresso próximo ao campo e ficaram em um assento distante do gramado ou que compraram mais de dois ingressos, mas tiveram que ficar separados dos seus acompanhantes. No entendimento dos advogados, a Fifa e a Match não informaram corretamente onde eram os lugares que estavam à venda. A OAB-PE fez, então, uma reclamação formal ao Procon em julho, após o fim do torneio. A representação foi julgada em 16 de dezembro. Após serem notificadas, Fifa e Match têm dez dias para pagar a multa - cada empresa terá que desembolsar R$ 500 mil. "Com a decisão, queremos reforçar que a lei se aplica a todos e a FIFA não está imune às normas de proteção ao consumidor", afirmou o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique. "Vamos continuar atentos para que o mesmo problema não volte a acontecer no próximo ano, na Copa do Mundo."

domingo, 22 de dezembro de 2013

Dirceu abriu filial de sua consultoria no Panamá

A JD Assessoria e Consultoria, empresa de José Dirceu, abriu uma filial no Panamá, paraíso fiscal da América Central. Está registrada no mesmo endereço da Truston International, controladora do Hotel Saint Peter, aquela hospedaria que ofereceu salário de R$ 20 mil ao presidiário Dirceu, em Brasília. As duas empresas, a JD Consultoria e a Truston International, anotam em seus registros o mesmo endereço onde funciona o Morgan & Morgan, escritório especializado no fornecimento de testas de ferro a empresas interessadas em se instalar no Panamá. A novidade veio à luz graças aos repórter Andreza Matais e Fábio Fabrini. Repetindo, para evitar que você se confunda: Dirceu abriu no Panamá uma filial da sua Consultoria, que funciona no mesmo local da Truston, que controla o Hotel Saint Peter, que ofereceu emprego a Dirceu, que aceitou, mas teve de voltar atrás depois que se descobriu que seu “empregador” tinha como acionista majoritário um “laranja” vinculado ao Morgan & Morgan, escritório panamenho que serve de endereço para a consultoria de Dirceu e para a controladora do hotel que o empregaria em Brasília. Ufa!!! A filial panamenha de Dirceu foi aberta em 2008, três anos depois de o escândalo do mensalão tê-lo derrubado da cadeira de chefe da Casa Civil de Lula. A Truston, pseudo-proprietária do hotel, foi criada logo a seguir, três meses depois da chegada da consultoria do ex-ministro ao paraíso fiscal. Suprema coincidência: embora funcionem no mesmo endereço, a assessoria de Dirceu informa que a JD Consultoria e a Truston não têm nada a ver uma com a outra. Tudo muito claro, como se vê. Claro como as águas do Tietê. Enquanto Dirceu estiver na cadeia, responde pela JD Consultoria o irmão dele, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. Procurado, não quis falar. A assessoria informou que a filial da firma de Dirceu não conseguiu prospectar negócios no Panamá. No papel, o braço panamenho da consultoria teria como objetivo “o mesmo desenvolvido pela matriz'', em São Paulo. Tomada pelo contrato social, a firma de Dirceu faz algo muito parecido com lobby. Por exemplo: atua na intermediação de “parcerias empresariais com os países do Mercosul''. Facilita o “relacionamento institucional de particulares com os mais variados setores da administração pública''. No alvorecer de dezembro, quando o repórter Vladimir Netto descobriu que a panamenha Truston controlava o hotel que empregaria Dirceu, os personagens da pantomima realizaram dois lances. Num, Dirceu desistiu do emprego que lhe renderia R$ 20 mil mensais e o benefício de deixar a cadeia durante o dia. Noutro, o empresário Paulo Masci de Abreu, que se declara dono do Hotel Saint Peter, apressou-se em “comprar” as ações da Truston, assumindo formalmente o controle do negócio. Paulo Masci é irmão de José Masci de Abreu, presidente do PTN, partido que integra a megacoligação pró-reeleição de Dilma Rousseff. Ao “adquirir” as cotas da Truston International, Paulo Masci tentou tomar distância do ‘laranjal’ panamenho. A então controladora do Saint Peter era presidida por José Eugenio Silva Ritter, um auxiliar administrativo do escritório Morgan & Morgan, residente em área pobre da Cidade do Panamá. No português das ruas, José Ritter é um “laranja”. Junto com outras duas pessoas vinculadas ao escritório Morgan & Morgan, ele aparece como dono de cerca de 30 mil empresas instaladas no Panamá. Entre elas, conforme já mencionado aqui, uma construtora de Fabricio Correa, irmão mais velho do presidente do Equador, Rafael Correa. Por sorte, José Dirceu não tem nada a ver com coisa nenhuma. O preso já está, a propósito, em outra. Reivindica agora autorização judicial para trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi. O salário é menor: R$ 2,1 mil. Mas Grossi não tem nenhum testa de ferro no Panamá.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Do futebol ao salto alto, marroquinas se libertam e rebatem regras

Os traços fortes do lápis preto realçam a expressão do olhar. Os cabelos soltos e volumosos mostram a sensualidade que muitas vezes se esconde por trás dos véus. As mulheres marroquinas se liberaram. Do futebol ao salto alto, elas querem ter voz e encaram de frente as regras culturais. Pelas ruas de Marrakech, é comum ver mulheres que vestem o lenço e as roupas largas apenas nos momentos de oração. No dia a dia, o salto é alto, altíssimo, de todos os tipos. Coloridos, com brilhos e até spikes (tarrachas). Os cabelos são poderosos, e a roupa tem paetês e brilhos. Mesmo com 99% da população muçulmana, o Marrocos é um dos países árabes menos radicais e aceita bem a cultura ocidental. Nas ruas, muitos gostam de dizer que são meio europeus, e as mulheres repetem com frequência duas palavrinhas mágicas: somos livres. No salão de beleza Mouna, são vários os procedimentos que deixam a mulher ainda mais bonita. A escova e o babyliss no cabelo saem por 100 dirhams, aproximadamente R$ 29, e fazem sucesso. Todos os dias dezenas delas se produzem. Gostam de maquiagem e até as unhas recebem tratamento especial com desenhos feitos com carimbo, algo inovador para o Brasil. "Estou pronta para a noite. Vou me divertir hoje", brinca a produtora de eventos Souaâd Oukaka. A jovem estudante de medicina Sara Benchaouch, de 21 anos, também faz parte desse time. Não dispensa olhos pretos, exibe cachos generosos e dispensa o véu. "Não vejo problema em me arrumar. Gosto, me sinto bem. O cabelo representa 50% da beleza feminina. E, desde criança, minha mãe me dá liberdade para eu fazer o que quiser". Curiosamente, a mãe de Sara usa véu. Como boa parte das mulheres, Sara gosta de comprar roupas. Olha atenta as peças de uma loja de grife em Marrakech e experimenta um blazer e uma blusa com brilhos. É o figurino de inverno. No verão, o forte calor com uma sensação térmica perto de 50º a obriga a usar roupas mais leves. Blusas sem manga, bermudas e vestidos são bem-vindos. Nem por isso ela se sente menos religiosa. Cumpre os rituais do islamismo. "Eu adoro minha religião, rezo cinco vezes por dia e acredito em um único deus com Maomé como profeta. Meu sonho é ir a Meca, mas ainda não consegui porque é muito caro". O pensamento de Sara é compartilhado pela moderninha estudante de economia Zineb Lesnassi. Para ela, o caráter da pessoa não tem relação com a vestimenta. "Tem pessoas com véu que fazem coisas ruins, que podem mentir, fazer mal para os outros. A honestidade não está na roupa". Até no futebol, um esporte tão machista, as mulheres se aventuram no Marrocos. Ainda são raras no estádio, mas quem é fã do esporte não deixa de ir e torcer pelo seu time. Algumas vão desacompanhadas de homens e s e sentem seguras. É o caso de Sarita Belkasse. Torcedora do Kawkab, o time de Marrakech, ela vai ao estádio desde pequena. No fim de semana, foi acompanhada apenas de sua mãe ao jogo em meio a milhares de homens. "Eu não tenho problema com isso. Não vou deixar de ver meu time em campo porque algum homem não pôde vir comigo", conta

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Ronaldo diz que Brasil tem dinheiro para fazer estádios e hospitais

Ronaldo Fenômeno participou da gravação do programa Altas Horas, nesta quinta-feira, e foi alvo de inúmeras perguntas. Além de piadas sobre o seu peso, o ex-atacante da seleção teve de responder perguntas sobre um recente vídeo que foi divulgado na web, no qual ele disse que a Copa do Mundo não seria feita com mais hospitais. "Foi um vídeo fora do contexto, colocando uma coisa óbvia. Para se fazer Copa, precisamos de estádios. A gente tem outras prioridades também. O Brasil tem muito dinheiro, tem que fazer tudo isso. É possível fazer tudo", declarou o atual membro do Conselho do COL (Comitê Organizador Local da Copa). Durante a entrevista, Ronaldo Fenômeno ainda lembrou dos bastidores da Copa do Mundo de 2002, na qual ele ajudou o Brasil a se tornar pentacampeão, e também teve que ouvir piadas sobre o seu peso. O atacante revelou que Felipão o proibia de aproveitar os rebotes, após defesas dos goleiros nos treinos da seleção. E foi numa jogada assim que ele marcou um dos gols da final contra a Alemanha. "Felipão me proibia de ir no rebote nos treinos. Ele me tirava da atividade, a gente discutia. Rebote para o centroavante dá mais dinheiro que bolsa de valores", brincou o craque. Depois, ao ouvir do humorista Marcos Veras que ele deveria ir para o Vasco, Ronaldo riu. O ex-atacante, porém, não teve tempo para responder. Antes dele, o cantor Falcão emendou uma piada: "Ai vai afundar mais ainda". Após o telão do programa exibir vários gols do ex-centroavante da seleção brasileira, Ronaldo ironizou: "Deu saudade de quando eu tinha dois dígitos no peso. Há muitos quilos atrás... Eu tinha 72 quilos", lembrou.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CBF é corresponsável por erro na escalação de Héverton', diz defesa da Portuguesa

Na apelação ao STJD para não ser rebaixada, a Portuguesa vai argumentar que a CBF é corresponsável no erro cometido por ter escalado Héverton, que estava suspenso, no jogo contra o Grêmio. A defesa do clube paulista anexou à defesa dois documentos para comprovar a participação da confederação no caso. O primeiro é uma cópia do BID (Boletim Informativo Diário) de suspensões da sexta-feira antes da partida. Neste documento, segundo a Portuguesa, consta que Héverton tinha condição de jogar. O segundo documento é também deste BID, só que de segunda-feira, pós-jogo contra o Grêmio. E, de acordo com o clube, consta que Héverton continuava com condições de jogo. Ou seja, segundo a CBF, mesmos suspenso pelo STJD, Héverton podia atuar contra o Grêmio. "A CBF é corresponsável pelo erro da Portuguesa", afirma Felipe Ezabella, advogado que participa da defesa do clube. No julgamento do caso, marcado para o dia 27, a Lusa irá mostrar este documento para tentar ser absolvida. O "BID da Suspensão", como é conhecido por advogados e dirigentes de clubes, é acessado apenas pelas agremiações com login e senha. Segundo a reportagem do "Lance!", a entidade orientou por meio de um comunicado os times a se atualizarem por este sistema.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Após mais de dez anos, Dilma escolhe caças suecos para a FAB

Após mais de dez anos de discussão, a presidente Dilma Rousseff decidiu pela aquisição de caças Gripen NG, da sueca Saab, para a FAB (Força Aérea Brasileira) para o programa FX-2. O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, concederão entrevista coletiva, às 17h, para o anúncio da aquisição dos caças. No sábado, o Painel havia antecipado que a presidente havia comunicado ao presidente da França, François Hollande, que o Brasil não compraria da França as 36 aeronaves. É um final surpreendente para a disputa, que teve ao longo do segundo governo Lula o francês Dassault Rafale como o principal favorito --o avião chegou a ser anunciado como escolhido pelo presidente e seu colega Nicolas Sarkozy em 2009, mas o governo brasileiro recuou após a insatisfação da FAB, que não havia sido consultada sobre a decisão. Contra o Rafale sempre pesou a questão do preço: seu pacote inicial chegava a US$ 8 bilhões, embora descontos tenham sido negociados. No governo Dilma Rousseff, os americanos e seu Boeing F/A-18 passaram à dianteira por causa de sua oferta comercial mais atraente, de declarados US$ 7,5 bilhões mas com diversas compensações. A Boeing chegou a associar-se para vender o novo cargueiro da Embraer, o KC-390. Só que o escândalo da espionagem da Agência Nacional de Segurança americana, que incluiu Dilma no rol das autoridades alvo de arapongagem, derrubou politicamente o F-18. Com isso, o pequeno Gripen, avião criticado por ser menor do que os concorrentes e menos testado em combate, voltou à condição de favorito que a própria FAB havia declarado em seu primeiro relatório sobre a escolha, em dezembro de 2009. O pacote de 36 aviões foi oferecido por US$ 6 bilhões, mas a compra pode acabar em torno de US$ 5 bilhões.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Da Lupa fala em Justiça Comum: "CBF e STJD terão que se acertar com a Fifa"

O atual presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o julgamento desta segunda-feira no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que rebaixou o clube para a Série B. Ele prevê que o caso vá parar na Justiça Comum e até deixou o caminho aberto para algum torcedor interessado em tomar tal atitude. "De momento estamos analisando entrar na Justiça Comum. Tem que correr todas as esferas, mas vai acabar acontecendo, sabemos disso. Aí a CBF e o STJD vão ter que se acertar com a Fifa, porque tem dois pesos e duas medidas", declarou Da Lupa. "Nós temos que esgotar todas as instâncias esportivas primeiro, mas nada impede que um torcedor vá para a Justiça Comum. Lamentamos muito e achamos que o campeonato tem que ser o que aconteceu em campo. A Portuguesa tem que bater no resultado do campo". Da Lupa se mostrou inconformado com que ele acredita ser uma diferença de tratamento entre os casos envolvendo o Fluminense (em 2010) e a Portuguesa (em 2013) no STJD. "Por que tirar o título do Fluminense em 2010 é imoral e rebaixar a Portuguesa não? Pegaram o artigo 133 certinho, colocaram a Portuguesa na Série B e voltar o Fluminense para a Série A pela porta dos fundos, como tem feito né, não precisa falar. O Flamengo foi condenado para justificar, dar uma acertada. Mas acho que o Flamengo vai recorrer", complementou o dirigente. O ocorrido citado por Da Lupa com o Fluminense aconteceu no Brasileirão de 2010. O clube carioca não foi julgado sobre uma suposta irregularidade na escalação de Tartá, que teria atuado mesmo suspenso (o que não ocorreu). Naquele ano, o Tricolor se sagrou campeão da competição nacional. A Portuguesa não conseguiu evitar a perda de quatro pontos pela escalação irregular do meia Heverton no empate por 0 a 0 com o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro. Com a perda de pontos confirmada em julgamento realizado nesta segunda-feira, a equipe paulista é rebaixada para a Série B no lugar do Fluminense. O STJD optou por obedecer o regulamento da competição. O Flamengo recebeu a mesma punição horas depois.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Sindicato diz que operários da Arena Amazônia trabalham mais de 18h por dia

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Amazonas (Sintracomec-AM), Cícero Custódio, disse que operários que trabalham nas obras da Arena Amazônia, em Manaus, são submetidos a jornadas de mais de até 18 horas diárias sem o uso de equipamentos de segurança como cintos de segurança e proteções anti-quedas. Fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) vistoriaram na manhã desta segunda-feira as obras do estádio depois que dois operários morreram no final de semana. Cícero Custódio acompanha a perícia técnica feita pelo MPT e diz que trabalhadores da obra o procuraram para revelar o que ele considera um "absurdo". "Temos trabalhadores iniciando os turnos às 7h e saindo à 1h do dia seguinte. Isso é uma aberração, um crime", diz o sindicalista. Na madrugada de sábado, o operário Marcleudo de Melo Ferreira, 22 anos, que trabalhava na instalação dos refletores do estádio no turno da madrugada, morreu após sofrer uma queda de uma altura de 35 metros. Horas depois, outro operário, José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, teve um infarto enquanto prestava serviço de limpeza e terraplanagem para o asfaltamento do Centro de Convenções da Amazônia, obra do complexo da arena. Para o presidente do sindicato, a pressa para terminar as obras da Arena Amazônia, que está atrasada segundo o cronograma oficial, é a principal responsável pela pressão a que os trabalhadores da obra estão sendo submetidos. "Eles não querem saber da segurança dos trabalhadores. Eles só querem saber de entregar a obra, que está atrasada." O procurador do MPT, Jorsinei Dourado, afirmou que a pressa em entregar a obra da arena é um fator preocupante. " Nós sabíamos, desde o início das obras, que os atrasos poderiam gerar esse tipo de situação. Por isso intensificamos a fiscalização. Em vários momentos nós constatamos as jornadas excessivas de trabalho e pedimos à empresa que mudasse essa prática", afirmou o procurador no domingo. Outra informação levantada pelo presidente do sindicato é a de que o turno da madrugada, no qual Marcleudo trabalhava quando morreu, não havia sido comunicado aos representantes da categoria e nem ao MPT. "Eles não informaram sobre esse turno para ninguém. Nem a gente (sindicato) nem o Ministério Público tinha essa informação", disse. O procurador Jorsinei Dourado confirmou que o MPT não tinha conhecimento de que as obras estavam sendo realizadas durante a madrugada. "É temerário que obras dessa complexidade sejam realizadas durante a noite. Nós não tínhamos conhecimento disso e vamos apurar o que aconteceu", disse o procurador. O presidente do Sintracomec-AM disse ainda que trabalhadores revelaram aos peritos que operários estavam sendo pressionados a trabalhar sem o uso dos equipamentos de segurança exigidos por lei, entre eles o cinto de segurança e o "fio de vida", uma espécie de proteção contra quedas.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Raja Casablanca vence Monterrey e enfrenta o Atlético-MG na semi do Mundial

O adversário do Atlético-MG na semifinal do Mundial de Clubes foi definido na noite deste sábado e os comandados de Cuca terão pela frente o Raja Casablanca. Grande surpresa do torneio, o time da casa contou com o apoio do seu empolgado torcedor para derrotar o favorito Monterrey por 2 a 1, na prorrogação, e se tornar o rival do Galo na próxima quarta-feira. É a primeira vez que o time marroquino chega tão longe na competição entre clubes – disputou o Mundial em 2000, mas foi eliminado na fase de grupos com três derrotas em três jogos. O Raja pode colocar a classificação na conta da torcida e do goleiro Khalid Askri. O camisa 61 foi o grande destaque da partida, com grandes defesas que pararam o poderoso ataque do Monterrey, formado por Cardozo, Delgado e Suazo. Fora de campo, a torcida lotou as arquibancadas do estádio Nacional, em Agadir, e apoiou seus jogadores nos 120 minutos. Em casa e empolgado com o clima criado pelo torcedor, o Raja Casablanca quase saiu na frente logo aos 10min, mas El Hachimi finalizou mal na frente do goleiro Orozco. O Monterrey fez valer sua melhor qualidade técnica e começou a criar diversas chances com o decorrer da partida, mas Askri parou Delgado e Cardozo em, pelo menos, quatro oportunidades. Aos 24min, o Raja conseguiu abrir o placar. Orozco saiu mal ao tentar cortar um cruzamento rasteiro e Chitibi aproveitou a falha e tocou para as redes, para a festa da torcida que lotava as arquibancadas. O Monterrey seguiu em cima do rival e via o goleiro da casa fazer grandes defesas. O empate só saiu aos 7min da etapa final, com Basanta. O zagueiro subiu mais alto que a marcação e cabeceou firme para igualar. Com o passar do tempo, as equipes começaram a sentir o cansaço, principalmente o Raja, que enfrentou o Auckland City na última quarta-feira. As chances de gol diminuíram e a partida perdeu em emoção. Assim, a decisão foi para a prorrogação. Logo aos 5min, Guehi aproveitou cruzamento na área do Monterrey e cabeceou firme para o gol e recolocar o time da casa em vantagem novamente. O time mexicano sentiu o golpe e quando conseguiu reagir, parou em novas boas defesas do Askri, que também na base da cera, levou seu time à inédita semifinal. Do outro lado da chave, o Guangzhou Evergrande venceu o Al Ahly por 2 a 0 e será o adversário do Bayern de Munique na semifinal, a ser disputada na próxima terça-feira.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Atleticanos reclamam de 'quartel' do time e dão jeitinho para verem ídolos

A cada dia mais atleticanos desembarcam em Marrakech e fazem de tudo para ficarem perto do time. Mas vem enfrentando dificuldades e se assustam com a fortaleza em que os ídolos vivem. Por isso, dão um jeitinho para encontrarem seus ídolos. O advogado Wladimir Meskelis e o pequeno Vinicius foram ao hotel onde o time está hospedado, mas tudo o que viram foram muros e portões. "A expectativa era vê-los. Não sabia que era essa fortaleza. Vamos ver o que fazemos, quem sabe ir para o estádio. Mas vou tentar pelo menos ver o ônibus", disse o pai. Pai e filho deixaram o hotel de mãos abanando, mas tiveram sorte. Pela primeira vez desde que chegaram ao Marrocos, o time do Atlético teve um momento de lazer e deixou o hotel para passear. A primeira vez que eles desceram do ônibus foi para fazer compras em uma loja de artesanato e antiguidades. Curiosamente, Wladimir e Vinícius estavam perto do local. "Foi muita sorte, a gente estava aqui do lado e vi a correria e o ônibus chegando". Vinícius conseguiu autógrafos e tirou fotos com atletas como Luan, Rosinei e Victor. "Nem posso explicar o tamanho da minha emoção. Todo mundo vai ficar impressionado comigo. Se for campeão, vou voltar no avião cantando e pulando", contou o desinibido Vinícius.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Haras em hotel vira atração para jogadores do Atlético-MG

A delegação do Atlético-MG tem saído do Palais Selman Marrakesh, apenas para treinar. Sem muito contato com as atrações da cidade, que recebe jogos do Mundial de Clubes, os jogadores procuram fazer passar o tempo com as atrações do hotel. E o haras é o local preferido dos atleticanos. O volante Pierre e o atacante Luan postaram foto no Facebook ao lado de um dos cavalos tradicionais que são criados no hotel. "Eu, Pierre e um dos cavalos do hotel de Marrakesh", escreveu o jovem velocista. O zagueiro Gilberto Silva visitou o haras logo no primeiro dia que o Atlético chegou ao hotel. "Andei por aqui, me chamou atenção, procurei saber um pouco sobre eles (cavalos)", afirmou o experiente jogador. Árabe de pelos brancos, Sandhiran é o mais especial dentre os oito cavalos criados com muito mimo no Palais Selman. Todos os animais são preparados para competirem e recebem tratamento diferenciado dos funcionários do hotel. Pierre destaca que o grupo vem procurando formas de conhecer um pouco do Marrocos mesmo reclusos no hotel. "Estamos aproveitando, conhecendo cultura diferente. Mesmo não tendo tempo para sair, tem sido bacana, uma experiência boa, mas o intuito maior é levar na bagagem esta conquista", observou o volante.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nova versão do Marco Civil da Internet libera venda de pacotes sem discriminar conteúdo

A nova versão do Marco Civil da Internet divulgada nesta quarta-feira (11) na Câmara dos Deputados traz um novo texto sobre a previsão para que as teles ofereçam pacotes com velocidades diferentes. Foi incluído no texto do deputado Alessandro Molon (PT-SP) a determinação de que a disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento "a liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos na lei". A medida atende a uma demanda das operadoras e tenta isolar o PMDB, principal bancada da Câmara que resiste à votação da proposta. O Marco Civil da Internet é uma espécie de "Constituição" da rede e fixa princípios gerais, como liberdade de expressão e proteção de dados pessoais. Segundo Molon, a medida não representa nenhuma flexibilização da chamada neutralidade da rede, ponto central da proposta. O jargão é utilizado para definir que o acesso a todos os sites precisa ser feito na mesma velocidade e que não podem ser vendidos pacotes específicos. Desta forma, fica liberada a venda de pacotes de acesso que não discriminem o conteúdo acessado. As teles dizem que essa medida fará aumentar o preço dos pacotes, além de piorar a qualidade do serviço. "As teles vão continuar vendendo pacotes com velocidades de 1 mega, 2 megas, 10 megas, o que não pode é discriminar origem e destino e conteúdo. Dentro da velocidade que eu comprei. Tudo terá que ser tratado igual, independente de ser vídeo, voz, vir do portal a, b ou c", disse o relator. "Esse é o principio da neutralidade. Essa proibição da discriminação. O texto nunca proibiu venda de velocidades diferentes", completou. Para o PMDB, a medida ainda não resolve o principal impasse porque o texto é contraditório e proíbe a franquia de dados. Os outros dois principais pontos da proposta foram preservados por Molon. Ele manteve a previsão para que um decreto presidencial, após a aprovação da lei pelo Congresso, determine se as empresas serão obrigadas a guardar os dados dos usuários no Brasil. Segundo o governo, a medida combate monitoramento e atos de espionagem. Também continua a previsão para que todo o conteúdo publicado na rede que envolva questões de direitos autorais seja tirado do ar após uma simples notificação --sem a necessidade de decisão judicial. Sites de vídeos, como YouTube e Vimeo, teriam de remover trechos de novelas ou programas publicados por usuários se houver um pedido da empresa dona do conteúdo. O projeto em tramitação prevê que, em caso de recusa do site, ele se torne corresponsável pela veiculação --sendo passível de punição judicial também. A retirada, portanto, passaria a ser encarada quase como uma obrigação, e não como opção.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Neymar vira moda no Marrocos com camisas e barracas: "Melhor que o Messi"

O sucesso de Neymar não se resume mais a Brasil e Espanha e já se tornou um fenômeno mundial. O craque virou moda até no Marrocos e sua camisa é uma das mais exibidas nas lojas de Marrakech, uma das sedes do Mundial de Clubes. O atacante já vem sendo comparado aao colega de Barcelona Lionel Messi. Nas lojas e estandes do centro da cidade, é comum ver a camisa do brasileiro nas vitrines em diferentes tamanhos, do infantil e adulto. Ela aparece com destaque ao lado de outros uniformes do futebol mundial como a do Bayern de Munique de Franck Ribéry e a do Real Madrid de Cristiano Ronaldo. Fãs de futebol, os marroquinos acompanham muito o Campeonato Espanhol pela proximidade entre os países. Os times preferidos são Real Madrid e Barcelona, mais até que as equipes locais. Para alguns torcedores, o brasileiro até já está à frente de Messi. "Ele chegou ao Barcelona e se adaptou muito rápido. Joga muito bem, muito bem mesmo. É rápido e inteligente. Hoje é melhor que o Messi", diz um torcedor do Barça com ar de comentarista esportivo. Até o 11, número da camisa do brasileiro, faz sucesso em Marrakech. Na praça Jamna el Fna, a maior da África e considerada o coração da cidade, as barracas que vendem comida são organizadas por números. Os funcionários do estande 11 se orgulham por terem algo em comum com Neymar. "Está vendo o número? É o número da camisa de Neymar", conta sorridente Ahmed Sbittli, responsável por mostrar o cardápio e convidar as pessoas que passam no local para experimentarem os exóticos pratos marroquinos. Entre um cliente e outro, ele fala sobre o atacante. "Neymar está muito famoso aqui por causa do Barcelona. Mas já conhecia quando jogava no Santos e na seleção brasileira".

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Diante de Clinton, Dilma diz que não há espaço para hegemonia no continente

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (9) que o Brasil não tem papel de liderança no continente, em meio a um cenário onde "não há espaço para relações hegemônicas" e destacou que o processo de integração pressupõe respeito à soberania dos países. "Um verdadeiro processo de integração regional além de enfatizar a solidariedade, supõe respeito a soberania nacional dos Estados que delem participam", disse a presidente durante evento sobre a América Latina da fundação do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, no Rio de Janeiro. Bill Clinton elogia Bolsa Família e fala sobre manifestações no Brasil Durante seu discurso, a presidente disse ainda que a "verdadeira integração dispensa liderança, pois exige solidariedade". "Esse é o caminho que temos seguido nesse início de século na nossa região", acrescentou Dilma, na abertura da Clinton Global Initiative América Latina (CGI América Latina), congresso que reúne líderes dos setores empresariais, governamentais, filantrópicos e sem fins lucrativos, até amanhã, no Rio.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Brasileiros se dividem sobre impostos e papel do governo

Nada divide tanto os brasileiros como a concepção do papel que o Estado deve ter em suas vidas. É o que mostra a mais completa pesquisa do Datafolha sobre as inclinações ideológicas do país. Confrontados com afirmações antagônicas sobre vários temas, as pessoas se dividiram simetricamente ao falar de suas relações com o Estado. Para 47%, quanto mais benefícios receber do governo, melhor. Para outros 47%, quanto menos a pessoa depender do governo, melhor. No Nordeste, a região mais pobre do país, e entre pessoas que recebem até dois salários mínimos, estrato mais baixo de renda, a preferência pela ajuda do governo atinge 53%. Outra questão que divide bastante a população tem a ver com a elevada carga tributária do país e a qualidade dos serviços que o governo oferece. Para 49%, seria preferível pagar menos tributos e contratar serviços particulares de saúde e educação. É o que pensam 60% das pessoas que ganham mais de dez salários mínimos. A formulação alternativa, pagar mais impostos e ter saúde e educação gratuitas, é preferida por 43% da população. O Datafolha faz pesquisas sobre as preferências ideológicas da população desde setembro de 2012, mas esta foi a primeira vez em que os assuntos econômicos foram incorporados ao questionário. Foram realizadas 4.557 entrevistas em 194 municípios, nos dias 28 e 29 de novembro. Os resultados mostram que o brasileiro médio preza valores comportamentais de direita, mas manifesta acentuadas tendências de esquerda no campo econômico. Em todo o país, 41% identificam-se mais com ideias de esquerda ou centro-esquerda. Outros 39% são mais simpáticos aos valores de direita ou centro-direita. A pesquisa deixa evidente a simpatia que os brasileiros têm pela ação do Estado. Quase 70% acham que o governo deveria ser o principal responsável pelo crescimento econômico do país, e não as empresas privadas. Além disso, 58% entendem que as instituições governamentais precisam atuar com força na economia para evitar abusos das empresas. Um contingente de 57% diz que o governo tem obrigação de salvar as empresas nacionais em apuros quando elas enfrentam risco de falência. E 54% associam leis trabalhistas mais à defesa dos trabalhadores do que à ideia de empecilho às empresas. Nas questões de comportamento, os resultados da pesquisa foram semelhantes aos de levantamentos anteriores produzidos pelo Datafolha. Quando o assunto é religião ou drogas, há quase uma unanimidade nacional. Quase 90% acham que acreditar em Deus torna alguém melhor. E 83% continuam a favor da proibição das drogas. (RICARDO MENDONÇA)

sábado, 7 de dezembro de 2013

UOL - O melhor conteúdo Assine 0800 703 3000 SAC Bate-papo E-mail BOL Notícias Esporte Entretenimento Mulher Rádio TV UOL Shopping Publicidade Publicidade Versão Impressa - Capa Login Assine a Folha Atendimento Folha de S.Paulo Um jornal a servi�o do Brasil sábado, 7 de dezembro de 2013 12h26 São PauloSão Paulo 27.3°Coutras cidades Busca Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Tec Classificados Blogs +Seções Últimas notícias Rogério renova por um ano com São Paulo EN ES Dinheiro Público & Cia Receita e despesa, economia e política Perfil Textos de Gustavo Patu e infografias de Mario Kanno, ambos jornalistas da Folha Leia mais Redução da conta de luz piora receita dos Estados

Além de custo acima do esperado em subsídios pagos pelo governo federal, a redução das contas de luz promovida em janeiro está comprometendo a arrecadação dos Estados neste ano. Um levantamento das fontes de recursos estaduais mostra que, de janeiro a setembro, houve queda de 12% na receita do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incidente sobre energia elétrica. Em valores já corrigidos pela inflação, essa tributação rendeu R$ 19,8 bilhões aos cofres dos Estados nos primeiros nove meses do ano, contra R$ 22,5 bilhões no período correspondente de 2012. Adotada para estimular investimentos do setor privado e derrubar a inflação, a queda das tarifas de energia está contribuindo para a deterioração geral das contas públicas neste ano _e a piora das contas alimenta a inflação, faz subir os juros e prejudica os investimentos. Isso acontece porque os custos da medida não foram compensados pela redução de outras despesas ou pela criação de novas receitas. Sozinho, o ICMS sobre energia representa cerca de de 8% da arrecadação do imposto, que é a principal fonte de receita dos Estados e já está crescendo menos por causa da freada da economia do país nos últimos três anos. Para o governo federal, os custos são ainda maiores: só até outubro foram pagos R$ 6,4 bilhões em subsídios do Tesouro Nacional para cobrir as perdas das empresas do setor elétrico. O governo projetava que os gastos não passariam de R$ 2 bilhões em 2013. Novos pagamentos devem ser feitos até o final do ano.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Número de turistas estrangeiros no Brasil bate recorde

O número de turistas estrangeiros que visitam o Brasil anualmente bateu um recorde nesta-quinta-feira (5), com a chegada da viajante argentina Nadia Panis, de 30 anos, ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. De acordo com a Embratur (entidade responsável por promover o país turisticamente), Panis é a turista número seis milhões que entra no Brasil em 2013. "Nunca tínhamos recebido mais do que seis milhões de viajantes estrangeiros em um único ano", afirma Flávio Dino, presidente da Embratur. "Isso mostra que eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada, que têm nos divulgado para o mundo todo, são importantes para o país". Segundo o Anuário Estatístico do Ministério do Turismo, cerca de 5,7 milhões de visitantes estrangeiros passaram pelo território brasileiro em 2012. "O Brasil tem potencial para receber números bem maiores que esses, mas devemos reconhecer que, nas últimas décadas, o país não apresentou um cenário favorável para o crescimento do turismo", explica Dino. "A crise de segurança pública é um dos principais motivos para não termos mais visitantes". O presidente da Embratur calcula que, em 2014, o país tem chances de chegar à marca dos sete milhões de turistas estrangeiros. "É um número possível, mas antes alguns entraves devem ser resolvidos, como a crise econômica europeia e nosso sistema de vistos com os Estados Unidos, que dificulta a viagem de muitas pessoas entre os dois países". Escolha simbólica A escolha da argentina Nadia Panis como a turista número seis milhões foi simbólica. "Calculamos que o estrangeiro número seis milhões chegaria ao Brasil na primeira semana de dezembro", diz Flávio Dino. "Escolhemos então uma turista argentina, que vem de um país que envia muitos viajantes para o Brasil, para celebrar esse recorde. Uma das nossas estratégias é dar valor para o turismo de fronteira, que tem muito a agregar em nossas metas". De acordo com o Anuário Estatístico do Ministério do Turismo, dos 5,7 milhões de estrangeiros que passaram pelo país em 2012, mais de 2,8 milhões eram sul-americanos (e entre eles, cerca de 1,6 milhão eram argentinos). A Embratur calcula que o setor do turismo seja responsável por aproximadamente dez milhões de empregos formais e informais no território brasileiro.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Fifa divulga critérios e beneficia França em sorteio de grupos da Copa

A Fifa anunciou nesta terça-feira os critérios do sorteio da Copa do Mundo, que será realizado na próxima sexta na Costa do Sauípe, na Bahia. O destaque é o pote europeu com nove integrantes, de modo a abrigar a França e reduzir as chances de um super grupo de campeões mundiais. O time de Frank Ribery era considerado o 'bicho-papão' do sorteio, já que tinha chance de enfrentar um cabeça de chave e um 'grande' europeu logo na primeira fase, se a configuração antiga fosse mantida. Dentre as nove seleções europeias que não são cabeças de chave, a França é aquela com pior posição no ranking da Fifa de outubro, utilizado para definir parte do sorteio. Assim, especulava-se que o país integraria um pote intermediário, sem a companhia das equipes do continente, o que poderia levar os 'bleus' a uma chave com mais dois campeões mundiais. As chances de isso acontecer foram reduzidas com os critérios divulgados nesta terça. O pote 1 será formado pelos cabeças de chave, definidos pelo ranking da Fifa. Compõem a lista Espanha, Alemanha, Argentina, Colômbia, Bélgica, Suíça e Uruguai, além do país-sede Brasil. O segundo pote terá sete integrantes: cinco africanos e dois representantes da Américas do Sul (Chile e Equador). O terceiro contará com quatro asiáticos e mais quatro representantes da Concacaf (América Central e do Norte). Por fim, o quarto pote contará com nove representantes da Europa. O processo de sorteio começará com o sorteio de um representante europeu do pote 4, que migrará para o número 2, junto com os cinco africanos, Chile e Equador. Em seguida, este europeu será encaminhado necessariamente para um dos grupos encabeçados por sul-americanos: Brasil, Argentina, Colômbia ou Uruguai. "Não é fácil de explicar, mas espero que todos entendam no fim", afirmou o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, após a apresentação dos critérios do sorteio. Nas últimas semanas a Fifa já havia anunciado que os critérios de divisão de potes iria combinar parâmetros geográficos e esportivos. Dos cabeças de chave, os anfitriões brasileiros são os únicos que já conhecem seu itinerário na primeira fase. A seleção de Luiz Felipe Scolari está no grupo A e jogará em São Paulo, Fortaleza e Brasília, nesta ordem. A cerimônia de sorteio dos grupos da Copa acontece nesta sexta-feira, às 14h (horário de Brasília). O casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert comandará o evento de uma hora e meia de duração no litoral baiano. Confira como ficaram os potes do sorteio: Pote 1: Brasil, Argentina, Colômbia, Uruguai, Bélgica, Alemanha, Espanha e Suíça (8 seleções) Pote 2: Nigéria, Camarões, Argélia, Costa do Marfim, Gana, Chile e Equador (7 seleções) Pote 3: Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, México, Japão, Coreia do Sul, Irã, Austrália (8 seleções) Pote 4: Itália, Holanda, França, Rússia, Bósnia, Portugal, Inglaterra, Grécia e Croácia (9 seleções)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Enem 2012: 38,6% das escolas do país "reprovam" em redação

A nota da redação "reprova" 38,6% das escolas do país no ensino médio. Esse é o resultado de um levantamento feito pelo UOL com os dados do Enem por Escola 2012 (Exame Nacional do Ensino Médio) divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) na última semana. Ensino Médio O UOL adotou como nota mínima necessária para um aluno concluinte do ensino médio o mesmo número de pontos exigidos pelo MEC (Ministério da Educação) para certificar a conclusão do ensino médio de candidatos com mais de 18 anos: 500 pontos na redação e 450 pontos em cada um dos exames específicos Das 11.239 escolas que tiveram participação de ao menos 50% de seus estudantes, 4.435 instituições não alcançaram 500 pontos em redação --nota mínima, segundo o MEC, para o estudante que quer certificação de conclusão do ensino médio. O desempenho médio dos alunos do melhor colégio em redação no exame de 2012 foi de 810,53 pontos. No levantamento foi usada a média das notas dos estudantes que fizeram o exame voluntário. "É um indicativo de que a maior parte dos alunos que fizeram a prova tiveram nota abaixo da mínima necessária", afirma Dalton Andrade, professor de informática e estatística da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Como os microdados do exame ainda não foram divulgados pelo MEC, não é possível saber o número de alunos que teve nota inferior ao mínimo esperado para um concluinte do ensino médio. Das instituições "reprovadas" na redação do Enem, 3.919 são escolas estaduais, 377 são instituições privadas, 28 são escolas municipais e 11 são federais. Enem 2012 por escola Arte UOL Consulte a nota da sua escola e veja o ranking do seu Estado Acre, Tocantins, Rondônia e Espírito Santo são os Estados com maior percentual de escolas que não conseguem a nota média de 500 na redação (confira quadro abaixo). Reflexo parcial A medida mostra apenas parte do problema da qualidade do ensino médio. Das 27.164 escolas com ensino médio no país, apenas 11.239 (41,37%) aparecem na lista divulgada pelo MEC, que só publica os resultados de instituições com mais de 50% e mais dez alunos examinados.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Projeto do Itaquerão está em situação irregular

O projeto de construção do novo estádio do Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, ainda não tem o aval da prefeitura. Isso coloca as obras na zona leste da capital em situação de clandestinidade, segundo o Ministério Público e a Prefeitura de São Paulo. Na semana passada, um acidente durante a instalação da cobertura do estádio matou dois operários. As causas do acidente estão sendo investigadas, mas não tem, em princípio, ligação com a irregularidade na obra. O problema nas obras do estádio do Corinthians é que o projeto em execução é diferente do aprovado pelo município em maio de 2011. Aquele projeto, aprovado em tempo recorde (42 dias, segundo a Promotoria), previa estádio com 51.542 lugares, segundo nota da prefeitura.

sábado, 30 de novembro de 2013

'Black Friday' tem aumento das vendas e também das reclamações

A "Black Friday" movimentou, até as 17 horas desta sexta-feira (29), R$ 390 milhões apenas para o comércio eletrônico, 60% mais que em todo o evento no ano passado, segundo a E-bit, empresa especializada em informações do comércio virtual. A data também foi marcada por reclamações de consumidores. Segundo o Reclame Aqui, canal on-line para queixas, até as 18h, foram registradas 5.602 reclamações entre as 120 lojas virtuais monitoradas no evento. Entre as principais reclamações da quarta edição do evento com promoções, estavam a dificuldade de acesso aos sites, impossibilidade de conclusão das compras e aumento prévio dos preços para dar descontos. Também foram registradas queixas referentes ao preço do frete, com valores muito acima da média. Os três sites com maior número de reclamações, de acordo com o balanço do Reclame Aqui, foram o Extra.com, o Submarino.com e o Ponto Frio. O Submarino.com não quis comentar as reclamações feitas pelos consumidores. Os sites Extra.com e o Ponto Frio disseram, em nota, que "as ofertas divulgadas na promoção 'Black Friday' são legítimas e que os sites disponibilizam páginas exclusivas para que os clientes naveguem em produtos participantes dessa promoção". No ano passado, o Reclame Aqui registrou 8.000 queixas, referentes a 187 empresas - sendo 30 lojas físicas - entre a sexta e o sábado. Quase metade das reclamações em 2012 foi relativa à propaganda enganosa. Nas redes sociais e nos sites de reclamações, o evento recebeu apelidos como "Black Fraude", "Black Fria", "Friday Fiasco" e "Black Mentira", em alusão à suposta "maquiagem" de preço. Também foram criados sites colaborativos para que os consumidores denunciassem falsas ofertas.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Petrobras tem deficit de US$ 22 bilhões no ano

Enquanto persiste o imbróglio do reajuste dos preços da gasolina e do diesel, a Petrobras se afunda em deficit. O saldo da empresa na balança comercial foi negativo em US$ 22,4 bilhões de janeiro a outubro deste ano, um valor não só recorde como também 157% superior ao deficit de todo o ano de 2012. Os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as exportações da empresa caíram para US$ 11,5 bilhões neste ano, 40% menos do que as do ano passado. Já as importações subiram para US$ 34 bilhões, 34% mais. A empresa tradicionalmente tem deficit na balança, mas nunca houve números tão expressivos. Em 2012, o deficit havia sido de US$ 8,7 bilhões. De 2000 a 2010, a Petrobras teve deficit acumulado de US$ 14,4 bilhões, aponta a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A situação da empresa só não é pior porque no segundo trimestre deste ano a mistura de etanol na gasolina subiu de 20% para 25%. Com isso, e devido a uma recuperação parcial da produção nacional de álcool, parte do consumo de gasolina foi substituída pelo de etanol. O consumo de etanol atingiu 18,7 bilhões de litros de janeiro a outubro, um volume 19% superior aos 15,7 bilhões de igual de 2012. Mesmo assim, apesar de uma redução nos últimos meses, as importações de gasolina continuam aceleradas. Até outubro, foram gastos US$ 2 bilhões para a entrada de 2,9 bilhões de litros. O pior para a empresa é que o alívio que poderia vir do etanol não ocorre exatamente devido à política do governo de segurar artificialmente os preços da preços da gasolina. Os preços controlados do derivado de petróleo limitam também uma correção nos do etanol. Com isso, não houve avanço na produção de cana e os investimentos se retraíram nesse setor. Os reajustes da gasolina virão nos próximos meses, mas o governo criou uma armadilha para ele mesmo. Deveria ter criado um mecanismo de reajuste no período de inflação menor e de câmbio estabilizado. Agora, corre o risco de ter a economia contaminada pelos reajustes e de ter de elevar os preços da gasolina --se o câmbio subir-- mesmo quando os preços recuarem no mercado externo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Presidente do STF mantém votação sobre correção da poupança, apesar de apelos

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, ignorou os apelos do governo e de uma carta de "notáveis" e manteve em pauta a votação da correção das poupanças nos planos econômicos dos anos 1980 e 1990, assunto que se arrasta desde 2010 e que pode trazer perdas bilionárias ao governo e ao sistema financeiro. O governo, que perde com as indenizações dos bancos públicos e com queda na arrecadação, negociava ontem à noite com membros do STF para suspender a votação. No arsenal, está a manifestação de 23 notáveis -ex-presidente do BC, ex-ministros da Fazenda e até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso- dizendo que uma decisão favorável aos poupadores seria erro histórico. Os poupadores, representados pelo Idec, desqualificam a carta afirmando que todos os signatários ou trabalham ou trabalharam sob a forma de consultor ou de conselheiro dos bancos. O início da sessão, que tem desfecho imprevisível, está previsto para hoje, às 8h30. A expectativa ontem era que algum dos ministros mais sensibilizados às ponderações do governo e do BC, que falam em perdas potenciais de R$ 150 bilhões (o Idec estima R$ 18 bilhões de provisões e R$ 8 bilhões de indenizações), peça vistas da votação. Para pedir vistas, deve ter argumentos para se justificar. O problema é reverter decisões que os ministros tomaram no passado. Com exceção dos ministros Teori Zavascki, Luiz Fux, Luís Barroso e Rosa Weber, todos os sete demais já se pronunciaram e têm suas opiniões bem conhecidas sobre o assunto. Favoráveis aos bancos, só falaram José Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Barroso deve se declarar impedido a votar porque já defendeu os bancos. Há dúvidas se será seguido por Fux (sua filha trabalha num escritório de defesa dos bancos). Na pauta, estão uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), que teve negado um pedido de liminar em 2010, e quatro repercussões gerais (que tratam das matérias) relatadas por Tofolli e Mendes. O provável é que a ADPF, relatada por Ricardo Lewandowski, seja votada primeiro. Em seguida, votam-se as repercussões. "Está tudo previsto para que comece a julgar quarta [hoje] normalmente. Pelo que fui informado, vamos fazer a leitura dos relatórios, depois começam as sustentações orais, e aí não sei se continua na outra semana", disse Lewandowski.

domingo, 24 de novembro de 2013

Países do Golfo temem aumento de ambição do Irã após acordo nuclear

DUBAI, 24 Nov 2013 (AFP) - As monarquias árabes do Golfo, que se sentem abandonadas pelo aliado Estados Unidos, desejam manter boas relações com o Irã, mas temem que o acordo sobre seu programa nuclear alimente aquele país em suas ambições regionais, segundo analistas. Os Emirados Árabes foram o primeiro país do Golfo a reagir ao acordo provisório concluído neste domingo em Genebra entre as grandes potências e o Irã, manifestando esperança de que o pacto "contribua para a estabilidade da região". As monarquias do Golfo nunca esconderam sua desconfiança em relação ao vizinho. "Como princípio, os países do Golfo desejam manter boas relações com o Irã", diz o analista saudita Jamal Khashoggi. "Mas o acordo reduziu o problema com o Irã à esfera nuclear, quando suas interferências na região representam uma preocupação fundamental para estas nações." Segundo o analista, os países do Golfo "temem que o Irã considere o acordo um alicerce para ter as mãos livres na região", onde autoridades iranianas são acusadas de apoiar militarmente o regime do presidente sírio, Bashar al-Asad, e alimentar a instabilidade no Barein e Iêmen através das comunidades xiitas naqueles países. O presidente americano, Barack Obama, tentou tranquilizar os aliados. "A determinação dos Estados Unidos continuará sendo firme, assim como nosso compromisso com nossos amigos e aliados, especialmente Israel e nossos parceiros do Golfo, que têm boas razões para serem céticos em relação às intenções do Irã." O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo de "erro histórico", e afirmou que seu país tem o "direito de se defender". Os países árabes do Golfo e Israel não compartilham a mesma posição sobre o Irã, destaca Khashoggi, para quem "o principal problema do Estado hebreu é o programa nuclear".

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Capitão do Uruguai, Lugano critica propaganda de fantasma azul da Copa de 50

zagueiro Lugano, capitão da seleção uruguaia, criticou a propaganda em que um fantasma azul, cor da camisa do Uruguai, passeia por pontos turísticos do Rio de Janeiro e assusta os cariocas. A propaganda, feita pela Puma, que fabrica o uniforme da seleção uruguaia, é uma provocação aos brasileiros, que foram derrotados pelo país vizinho na final do primeiro Mundial que sediaram, em 1950. "Não gostamos do tema fantasma porque não é o que pensamos na seleção", disse Lugano em entrevista ao jornal "El Observador", do Uruguai. O zagueiro afirmou ainda que foi procurado por vários diários e rádios do Brasil para falar sobre a propaganda.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lei de Cotas ajuda a quebrar mito da democracia racial, diz pesquisadora

A Lei de Cotas ajuda a quebrar o mito da democracia racial. Essa é a avaliação de Eugenia Portela Siqueira, pesquisadora da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Para a professora, a implementação da política afirmativa reconhece a existência do preconceito racial na sociedade e a necessidade de fortalecer a identidade do negro e do indígena. Marcelo Camargo/ABr Para pesquisadora, cota exige "real democratização" da universidade Até 2016, 50% das vagas das federais devem ser de estudantes de escola pública Wikimedia Commons Ensino sobre história africana ainda é escasso nas escolas brasileiras Eugenia estuda as relações étnico-raciais na educação. No seu doutorado, a professora acompanhou 31 alunos cotistas do Prouni (programa federal de bolsas em universidades privadas). Em seus depoimentos, os estudantes contavam casos de discriminação racial e social sofridos dentro do ambiente acadêmico e do mercado de trabalho. "A presença do negro e do indígena na universidade ainda causa impacto", garante a professora que acredita que o desafio das universidades é o de reafirmar a identidade étnica dos estudantes e aproveitar o momento de troca de experiências para combater o preconceito na sociedade. Confira abaixo trechos da conversa que aconteceu durante o I FNAC (Fórum Nacional de Alunos Cotistas), no Memorial da América Latina, em São Paulo. De que maneira a Lei de Cotas ajuda a reduzir a desigualdade racial do país? [A Lei de Cotas] Deu uma balançada no mito da democracia racial no Brasil. Isso é inegável. Historicamente qual era o espaço do negro na sociedade? Era o da doméstica, o do frentista. Se pegarmos os dados de emprego, a população negra ainda é mal remunerada, tem menor rendimento e tudo mais. Mas já teve alguma mudança. Tem que ter uma discussão para quebrarmos esse paradigma de democracia racial. A presença do negro em espaços que historicamente foram reservados a brancos incomoda. A universidade ainda é eurocêntrica. Quem é que começou a estudar neste país? Quem é que foi para fora estudar? Os ricos, os brancos. A universidade ainda tem esse modelo, a presença do negro e do indígena nesse espaço ainda causa impacto. Como se dá a inclusão dos cotistas negros dentro das universidades, que não costumam ter professores negros? É importante que os grupos de estudo e os núcleos afro-brasileiros afirmem a identidade desses alunos. Muitas alunas na pedagogia se identificaram negras depois que eu comecei a dar aula lá... A primeira orientanda que eu tive, eu olhava os traços dela, eu via que ali tinha a presença negra. Ela tem a pele um pouco mais clara que a minha, alisava o cabelo e clareava com luzes. Eu brinco com ela que ela foi enegrecendo. O cabelo foi ficando encaracolado, e hoje ela parece outra pessoa. Historicamente nosso cabelo foi negado, porque é cabelo ruim, 'cabelo de nego'. O nosso nariz foi considerado feio, a bunda, feia. Esses estereótipos estão na mídia, com as "belas adormecidas" da vida, os anjinhos da vida. A criança negra cresce sendo negada, negada a cor, negado o cabelo. Como é que você vai afirmar a identidade se você é negra e passa a vida toda brincando com boneca branca? Tem anjinho na igreja, você não pode ser. É esse racismo cordial que existe na sociedade brasileira que tornou tudo mais difícil. Na universidade não é diferente. Hoje ela abre espaço, mas tem professor contra cota na universidade? Tem. Tem professor que discrimina aluno? Tem. Porque o preconceito está impregnado nas pessoas. Tem pessoas que duvidam da sua capacidade. Quais os desafios que a Lei de Cotas impõem às universidades? Não basta dar o acesso, a universidade não acolhe como deve acolher. O grande desafio da universidade é fortalecer a identidade desses grupos, mostrar que [cotas] não é um favor, é um momento em que o Brasil precisa rever o que historicamente fez. É usar a riqueza dessa troca [entre grupos diversos] para que haja respeito entre os grupos. A universidade ainda não consegue fazer isso. Não tem uma equipe para dizer [para o cotista] que vaga é essa que ele está ocupando, qual é a política pública, de fortalecer a identidade étnico-racial. Qual o impacto que uma política afirmativa como essa pode ter? A presença desses alunos [negros e indígenas] na universidade, sua entrada no mercado de trabalho, isso modifica as relações étnico-raciais na sociedade e, consequentemente, a sociedade como um todo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Bola de Neve tenta barrar ‘biografia’ sobre marketing e igreja

Bola de Neve, igreja evangélica liderada por um pastor surfista que usa pranchas como púlpito, tentou barrar na Justiça o livro “A Grande Onda Vai te Pegar – Marketing, Espetáculo e Ciberespaço na Bola de Neve Church”. Virou marola a ação apresentada na 2ª Câmara de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo: uma liminar para proibir o lançamento da obra foi negada aos advogados da igreja. O título teoriza sobre supostas estratégias de mercado adotadas pelo apóstolo Rina, que fundou a “church” em 1999. Trata-se de um tipo que dispensa gravatas e adota leve topetinho (com cabelo mais tosado nos lados) para combinar com o estilo “mamãe passou Cenoura & Bronze em mim”, popular entre os jovens, formado em marketing e pós-graduado em administração. Alguns subcapítulos do livro da discórdia: Marketing ‘de Jesus’ e teologia da prosperidade Conhecendo/acessando a lojinha/shopping/Planet Bola É dando à igreja que se recebe de Deus: preparando davis para as finanças Nós somos a dobradiça da porta: as mulheres do Bola como costela Em púlpito de prancha, pastor prega na Bola de Neve da Pompeia, em São Paulo (Diego Shuda/Folhapress) Eduardo Meinberg Maranhão, 40 anos, o “Du”, foi fiel da igreja entre 2005 e 2006. Já ex-“bolado”, defendeu em 2010 uma dissertação de mestrado em história, na Universidade do Estado de Santa Catarina, sobre a instituição. O trabalho acadêmico virou livro, que logo virou dor de cabeça para seu autor. No último 30 de outubro, durante o lançamento da obra na USP, Du foi interpelado por um advogado da Bola. “Ele tentou me persuadir, dizendo que eu teria problemas caso lançasse o livro.” Nos autos do processo, o juiz cita o artigo 20 do Código Civil –que veta biografias não autorizadas e que Roberto Carlos e Caetano Veloso, antes de procurarem se desentender, lutavam para preservar. Para o juiz Alexandre Marcondes, a utilização desse dispositivo “apenas será tolerada quando seja possível afastar, de imediato, a presunção constitucional de interesse público”. O que não seria o caso aqui: “O interesse público é inegável”. Para ele, o trabalho é acadêmico, e a igreja, apesar de ser pessoa jurídica de direito privado, “congrega interesses públicos e privados”.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Primeiros indícios apontam para falha técnica em acidente de avião na Rússia

Os primeiros indícios apontam para uma falha técnica como a causa mais provável do acidente no qual morreram 50 pessoas na queda de um avião Boeing 737-500 no aeroporto da cidade russa de Kazan, capital da república da Tartária, no domingo. Rota do Boeing 737 que explodiu Avião partiu de Moscou e caiu em Kazan (720 km da capital russa). Ao menos 50 morreram O piloto do aparelho, Rustem Salijov, decidiu abortar a primeira tentativa de aterrissagem e fazer uma segunda, após o que informou à torre de controle do aeroporto que o avião não estava pronto para chegar. O Comitê de Instrução (CI) russo, que abriu uma investigação sobre o acidente, disse que as causas que levaram o piloto a desistir da primeira tentativa de aterrissagem e dar uma segunda volta são desconhecidas. O chefe regional para Transporte do CI, Aleksandr Poltinin, disse que a investigação trabalha com "duas versões principais: uma falha de pilotagem e fatores técnicos". As companhias aéreas Tartária, que exploravam o aparelho acidentado em regime de aluguel da búlgara Bulgarian Aviation Group, asseguraram que o avião estava em boas condições técnicas, e que tinha sido revisado várias vezes no dia do acidente, no qual já tinha realizado outros três voos.

domingo, 17 de novembro de 2013

Condenados do mensalão estão no presídio da Papuda, em Brasília

Os 11 condenados do mensalão já estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Às 19h33, o ônibus com os 9 réus condenados que vieram a Brasília de São Paulo e Belo Horizonte entrou no presídio. Poucos minutos depois, os ex-tesoureiros Delúbio Soares (PT) e Jacinto Lamas (PL, ex-PR), que estavam presos na Superintendência da PF, também chegaram ao local. A detenção foi confusa e marcada por desentendimentos entre polícia e instâncias da Justiça. A PF queria que os presos fossem à penitenciária da Papuda, que é isolada de Brasília e pode receber tanto presos em regime fechado quanto em semiaberto, para evitar confusão na frente de sua Superintendência Regional --que fica dentro da capital. A Vara de Execuções Penais do DF, designada pelo Supremo para cuidar dos presos, no entanto, não recebeu a chamada carta de sentença com orientações sobre como proceder com cada um dos condenados. O juiz da vara, Ademar Silva Vasconcelos, queixou-se de não ter recebido o documento do relator do caso, o presidente do STF, Joaquim Barbosa. O ministro não se manifestou. A PF pressionou para enviar os detidos à cadeia, até porque só possui duas celas e quatro camas em sua superintendência local. Não estava claro até a conclusão desta edição se o juiz tomou a decisão sozinho. Além disso, durante o dia todo um carro de som contratado pelo PT-DF ficou na frente do prédio, que se situa no final da Asa Sul de Brasília. Houve palavras de ordem e o hino socialista "A Internacional" tocado alto. No auge do protesto, no começo da noite, havia cerca de 80 pessoas no local, inclusive uma deputada federal, Erika Kokay (PT-DF). Manifestantes empurraram e provocaram jornalistas. Os presos fizeram um périplo aéreo. O ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente petista José Genoino foram pegos no começo da tarde em São Paulo por um jato EMB-145 da PF. Ninguém estava algemado, seguindo decisão do Supremo que só determina a medida em caso de risco de violência. De lá, o avião foi a Belo Horizonte, onde recolheu o operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, e outros seis condenados. Chegaram a Brasília às 17h45. As duas mulheres do grupo devem ser encaminhadas a uma unidade feminina.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Advogado de Dirceu espera sessão do STF para definir como seu cliente se apresentará

Advogado do ex-ministro José Dirceu, José Luis de Oliveira Lima afirmou que só definirá a forma de apresentação de seu cliente à Polícia Federal após o fim da sessão desta quinta-feira (14) no Supremo Tribunal Federal (STF). "Estou esperando a decisão do Supremo e então darei uma coletiva no meu escritório [em São Paulo] para esclarecer como será a apresentação [de Dirceu]", disse o advogado à Folha. Saiba como serão executados pedidos de prisão Condenados do mensalão não querem usar algemas na prisão Supremo decide prender Dirceu e mais 10 condenados O ex-ministro, que estava descansando com a família na Bahia, chegou a São Paulo na madrugada desta quinta, após a Corte definir a prisão imediata dos condenados no mensalão, mesmo no caso daqueles que ainda têm recurso pendente. Dirceu pousou com um jatinho em Jundiaí (SP) e seguiu para sua casa em Vinhedo (SP), onde passou a noite. A previsão é a de que ele siga para a capital paulista após o almoço. No apartamento em que mora seu irmão, no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, Dirceu deve fazer uma reunião com seus advogados e assessores nesta tarde para definir se irá se pronunciar ou não sobre a decisão do STF. As possibilidades são uma declaração pública ou uma coletiva de imprensa.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

'Quem deve precisa começar a pagar', diz ministro do STF sobre réus do mensalão

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello disse nesta quarta-feira (13) esperar que o julgamento dos recursos do mensalão seja rápido. Segundo ele, "quem deve precisa começar a pagar" e, se dependesse de sua vontade, hoje mesmo o caso seria encerrado. Para o ministro, nesta etapa do julgamento, o Supremo deveria determinar o início do cumprimento das penas para 23 dos 25 réus, tese que defende desde setembro, quando a corte concluiu a análise do primeiro lote de recursos. Em sua visão, isso seria até mesmo benéfico para os condenados, já que alguns deles, como o ex-ministro José Dirceu, ficariam num regime mais flexível de prisão. Maioria da cúpula da Câmara é contra cassação automática Ex-sócio de Valério e ex-dirigente do Rural tentam retardar prisão Parecer da Câmara contraria decisão do STF sobre prisão de réus do mensalão A diferenciação se dá porque Dirceu e outros 22 dos 25 réus, foram condenados por mais de um crime e, somente num deles, existe a possibilidade de apresentação de um recurso conhecido como embargos infringentes, que só será julgado no ano que vem e pode reverter a condenação. Por isso, Dirceu, condenado por corrupção a 7 anos e 11 meses e por formação de quadrilha a 2 anos e 11 meses, cumpriria somente apena de corrupção, uma vez que para quadrilha ele tem direito aos infringentes. Como a pena é inferior a 8 anos, ela é cumprida no regime semiaberto, quando a Justiça pode autorizar saídas durante o dia para trabalho externo.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ministro: governo aceita ajustes no Marco Civil, mas manterá neutralidade

Na tentativa de resolver impasse com a base aliada na Câmara e conseguir votar o Marco Civil da Internet, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (12) que o governo aceitará fazer modificações na redação do projeto de lei, sem que isso prejudique questões caras ao Planalto, como a neutralidade. A declaração foi dada após reunião na Câmara dos Deputados com líderes da base aliada e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Segundo Cardozo, as mudanças envolvem apenas "questões técnicas". "A questão da neutralidade tem tido uma grande discussão com alguns segmentos da base. O governo defende a neutralidade, mantém a sua posição, mas acredito que é possível superar alguns entraves com alguma questão redacional, sem que abramos mão de alguns princípios que são próprios para garantia da isonomia." Após a reunião, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que discute apenas "fatos" e não "tese", referindo-se à promessa de o governo ajustar o texto. "Eu discuto fato. Fato é o que vier me propor por escrito. Se o que estiver escrito refletir aquilo que a minha bancada se posicionou, terá o nosso apoio. Senão, não." Ele voltou a bater na tecla que o texto atual do Marco Civil encarecerá o serviço para o usuário. "Com relação ao que o relator [deputado Alessandro Molon (PT-RJ)] propôs, ele está interferindo na atividade econômica, está interferindo com os usuários, fazendo com que os usuários, ao fim, paguem mais caro na utilização da internet. O PMDB é contrário a isso." Cardozo afirmou estar "animado" com a perspectiva de acordo. "Eu saio animado com a possibilidade de chegarmos a um bom resultado em que a neutralidade, evidentemente, ficará assegurada, mas atendendo a situações estritamente técnicas que possam dar maior clareza ao texto." Considerado uma espécie de "Constituição" da internet, o projeto de lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da rede no Brasil. Já a neutralidade defende tratamento igualitário de todo o tráfego de internet por parte das operadoras de internet fixa e móvel. Na prática, ela impediria que essas empresas vendessem pacotes limitados (como acesso restrito a redes sociais).

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Tradição familiar da política brasileira, que remonta à colonização, deve manter-se na eleição de 2014

Em todos os Estados brasileiros, os partidos se preparam para as eleições de 2014. Nesse processo, nomes surgem como possíveis candidatos na disputa para cargos no Executivo e Legislativo, nacional e estadual. Eles possuem sobrenomes já conhecidos pela população brasileira, como é o caso dos prováveis candidatos à Presidência da República, Aécio Neves e Eduardo Campos, netos de figuras emblemáticas na recente história política brasileira. Leia também Políticos 'fichas-sujas' apostam em parentes para manter o poder Sarney, Magalhães, Calheiros, Alves, Maia, Bornhausen, Richa e Barbalho. Os filhos dessa famílias tradicionais da política brasileira nasceram e cresceram em um ambiente cercado por tios, primos, avós que "fizeram carreira" como políticos. Porém, o que pode ser entendido como um caminho natural é, segundo especialistas, a expressão dos traços oligárquicos que sempre estiveram presentes na política brasileira. Segundo o cientista político e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Michel Zaidan, essa família política, na verdade, tem origem na família patriarcal colonial, matriz da formação do Estado brasileiro. "É como Gilberto Freyre aborda em sua obra: a família patriarcal é a dominação primeira do Brasil e se pode perceber a sobrevivência desse grande patrimonialismo até hoje na política brasileira", diz. Em seu livro "Teias do Nepotismo", o cientista político, sociólogo e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Ricardo Costa de Oliveira, investiga, entre outras questões, as relações de parentesco entre os membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Segundo ele, dois terços dos senadores são membros de famílias políticas e metade dos deputados federais pertence a clãs influentes politicamente. "Quando nós analisamos os jovens deputados federais, aqueles com menos de 35 anos, quase todos também pertencem a famílias políticas, e os nossos dados de pesquisa mostram que esse é um fenômeno em crescimento no Brasil". Ainda de acordo com Oliveira, grande parte dessas famílias têm raízes no período colonial. "É o caso da família Andrada em Minas Gerais, que está há cinco gerações no parlamento. Em cada estado da federação, nós ainda encontramos muitas famílias que tiveram origem no latifúndio. Quanto mais local, mais esse fenômeno se acentua", diz. Ricardo Costa de Oliveira afirma ainda que há processos de renovação, como o ocorrido no início dos anos 1980, com a redemocratização, quando novas figuras ganharam espaço na política brasileira. "Mas, quem entra no poder acaba se fechando. Pode notar que boa parte da política brasileira ainda é comandada por quem já comandava no início da redemocratização."

domingo, 10 de novembro de 2013

Situação era de degradação, diz Haddad sobre máfia do ISS em São Paulo

Quase sempre avarento e professoral nos adjetivos de acusação, o prefeito Fernando Haddad (PT) subiu o tom contra a gestão de Gilberto Kassab (PSD) -mesmo sem nunca citar o seu nome. Em entrevista à Folha, ele classificou a situação que encontrou na Prefeitura de São Paulo de "descalabro": "Havia uma degradação. Nichos instalados e empoderados". Promotoria investiga contas ilegais de fiscais no exterior Advogado de suspeito diz ser impedido de comentar Fiscais suspeitos de desviar impostos apreciavam vida de luxo Por outro lado, não poupou elogios à Controladoria-Geral do Município, criada por ele a partir da experiência da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou a máfia do ISS (Imposto sobre Serviços): fiscais que cobravam propina para reduzir o valor do tributo pago para imóveis novos num esquema que fraudou a prefeitura em cerca R$ 500 milhões. Ele recusa, no entanto, a pecha de xerife da cidade. "Se existe uma pessoa que controla o processo de investigação, ele está viciado. A ideia é que não haja um controlador, mas uma controladoria."

sábado, 9 de novembro de 2013

Contrato da Petrobras com Odebrecht é investigado

Um contrato da Petrobras com a Construtora Odebrecht, fechado em 2010 no valor de US$ 825,6 milhões para serviços na área de segurança e meio ambiente, em dez países, está sendo investigado por suspeita de superfaturamento. O acordo incluiu previsão de pagamento, na Argentina, de R$ 7,2 milhões pelo aluguel de três máquinas de fotocópias; R$ 3,2 milhões pelo aluguel de um terreno próprio da Petrobras e salário mensal de pedreiro de R$ 22 mil nos Estados Unidos, segundo documentos sigilosos da companhia obtidos pelo 'Broadcast', serviço em tempo real da 'Agência Estado'. Ainda em vigor, o contrato 6000.0062274.10.2, chamado de PAC SMS, foi fechado pela área internacional na gestão José Sergio Gabrielli e reduzido quase à metade neste ano, na gestão Graça Foster. Grande parte dos 8.800 itens apresentava indícios de irregularidades, segundo auditoria interna da Petrobras. O corte interno já realizado, de pelo menos US$ 344 milhões, aconteceu depois de crivo da auditoria, que considerou a contratação equivocada e recomendou sua revisão. Antes da redução, o contrato foi aplicado durante dois anos e meio para ativos na Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Bolívia, Equador e Japão, além de Brasil. "Muito dinheiro já tinha sido gasto quando houve o corte, esse foi o problema", disse uma fonte da Petrobras que pede para não ter a identidade

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Governo de SP adota três ciclos com possibilidade de reprovação

A partir de 2014 a rede pública do Estado de São Paulo aumentará o número de anos em que os alunos podem ser reprovados. Em anúncio realizado na manhã desta sexta-feira (8), no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin explicou que o ensino fundamental será dividido em três ciclos com possibilidade de reprovação. A mudança da rede deve afetar 2,5 milhões de estudantes. Alckmin diz que ampliar números de séries de reprovação tem cunho 'pedagógico' O novo plano prevê que o ensino fundamental seja dividido em três ciclos: do 1º ao 3º ano; do 4º ao 6º ano e do 7º ao 9º ano. Ao final de todos eles será possível a reprovação dos estudantes. O anúncio acontece três meses depois da Prefeitura de São Paulo lançar um plano que amplia a possibilidade de reprovação no 3º, 6º, 7º, 8º e 9º anos, que também será adotado em 2014. Na apresentação, o secretário de educação, Herman Voorwald, fez questão de enfatizar que o plano vem sendo estudado desde 2011 e foi discutido com os profissionais da rede. "Não teve nenhuma interferência [do plano da Prefeitura para que essa mudança ocorresse]. A reestruturação vem sendo discutida na rede há três anos", disse o governador Alckmin. Na avaliação do secretário de educação, a mudança ajudará a acompanhar o desenvolvimento dos alunos de ensino fundamental que vêm da rede municipal. Segundo ele, 82% dos estudantes de escolas estaduais já passaram por redes municipais. "É fundamental que haja no início do ciclo dois [6º ano] uma avaliação para saber se esse aluno tem condições de continuar", secretário.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Alta do dólar eleva custo dos alimentos no Brasil em outubro

A valorização do dólar ante o real foi o principal motivo para a alta de 1,03% no preço dos alimentos no Brasil em outubro deste ano. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, a necessidade de importar produtos como o trigo elevou o custo alimentício no país. "Houve problemas com a safra do trigo na Argentina e no próprio Brasil. Tivemos que importar trigo de mercados onde o produto é mais caro. O trigo aumentando espalha a inflação por outros produtos como o pão francês e o macarrão", disse Eulina. O custo da ração animal, também afetado pela alta do dólar, contribui para a inflação de alimentos como as carnes e o frango. As carnes, com taxa de 3,17%, foram o item que mais contribuiu para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 0,57% em outubro. Também tiveram impacto importante no IPCA de outubro, a refeição fora de casa (1,05%) e o tomate (18,65%). No ano, os alimentos acumulam variação de 6,92%. Entre os não alimentícios, o principal impacto veio do aluguel residencial, com inflação de 1,02%. Já entre os itens que contribuíram para evitar que a alta da inflação fosse maior em outubro estão: energia elétrica (-0,58%), passagem aérea (-1,96%) e excursão (-2,11%).

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Dilma diz que EUA devem 'desculpas' e afirma que Abin agiu 'dentro da lei

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (6) que apenas um pedido de desculpas dos Estados Unidos poderia normalizar completamente a relação entre os dois países. "Só tem um jeito de resolver esse problema [da espionagem]: se desculpar pelo que aconteceu e dizer que não vai acontecer mais. Até o momento não foi possível essa solução", disse durante entrevista ao Grupo RBS. Alvos brasileiros de espionagem Telefonemas, e-mails e IPs de computadores de Dilma e seus assessores Rede privada de computadores da Petrobras Telefonemas e e-mails do Ministério de Minas e Energia Dilma e diversas empresas brasileiras tiveram seus sigilos de email e telefone violados pela NSA (Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos, de acordo com dados fornecidos pelo dissidente Edward Snowden ao jornalista Glenn Greenwald. A presidente também afirmou que a espionagem feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) contra diplomatas estrangeiros em 2003 e 2004 foi legal. "Não dá para comparar o que a Abin fez [com a espionagem dos EUA], até porque não violou privacidade. Está previsto na legislação brasileira, não cometeram nenhuma ilegalidade. Se tivessem cometido, teriam sido afastados", disse. Segundo ela, as ações da agência foram basicamente de contrainteligência, já que procuravam localizar espiões estrangeiros. Novas denúncias De acordo com a presidente, o cancelamento da viagem de Chefe de Estado que faria aos EUA se deveu também ao receio de que novas denúncias de espionagem pudessem emergir durante sua visita. "Se eu fosse aos Estados Unidos, eu e o Obama estaríamos submetidos ao constrangimento de uma nova denúncia. E aí essa seria a pauta, seriam as novas denúncias, e não nossas realizações", afirmou.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Itaú vende ações da OGX, de Eike, em fundos de investimento

O Itaú Unibanco vendeu ações da petroleira OGX, de Eike Batista. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta segunda-feira (1º), a soma de ações dos fundos de investimentos sob a gestão do banco foi reduzida de 7,27% em 30 de agosto deste ano para 0,52%. "A soma das ações detidas pelo conjunto de fundos de investimento sob sua gestão atingiu 16.698.200 ações, equivalentes a 0,52% do total das ações ordinárias (OGXP3) emitidas por essa Companhia, configurando alienação de participação acionária relevante, nos termos do art. 12 da Instrução CVM 358/2002", diz o comunicado. Em nota do Itaú endereçada à OGX, divulgada no comunicado da petroleira, a alienação dessa participação reflete "o rebalanceamento da carteira dos fundos passivos", em função da exclusão da ação OGXP3 dos índices de ações da BM&FBovespa a partir desta segunda-feira (1º). Na última quarta-feira (30), a petroleira entrou com pedido de recuperação judicial. "Em vista da situação financeira desfavorável em que se encontra, dos prejuízos por ela já acumulados, bem como do vencimento recente e vindouro de grande parte de seu endividamento", segundo informou o fato relevante na ocasião. A medida já vinha sendo aguardada pelo mercado, com a proximidade do fim do prazo para que a empresa agisse e evitasse um calote formal de sua dívida. O processo de recuperação judicial da petroleira é o maior da história de uma empresa latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters. A recuperação judicial é um instrumento da legislação brasileira que permite que empresas que perderam a capacidade para pagar suas dívidas possam continuar operando enquanto negociam com seus credores, com a mediação da Justiça, para tentar evitar a quebra definitiva. O processo com o pedido de recuperação judicial da petroleira OGX, controlada por Eike Batista, foi encaminhado na segunda-feira (4) ao Ministério Público do Rio de Janeiro. O despacho é do juiz Gilberto Clovis Faria Mattos. Agora o MP tem o prazo de até 15 dias para dar seu parecer. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o parecer do MP pode ser pela concessão ou não da recuperação judicial, mas a decisão cabe ao juiz. Dessa forma, o Ministério Público analisa se a documentação do pedido está completa, se está tudo dentro da lei etc. O MP pode, por exemplo, solicitar a inclusão de informações e documentos para deixar o processo completo. Se o pedido for aprovado pela Justiça, a OGX tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial ao juiz, ou pode ser decretada a falência. Apresentando o plano, o juiz vai divulgá-lo para que os credores se manifestem. Se não houver oposição, ou seja, se ninguém disser não aceito, o juiz pode dar esse plano por definitivo. O prazo para que os credores aprovem esse plano é de 180 dias (também contados a partir do despacho do juiz). Se o plano não for aprovado em assembleia, a empresa quebra, e o juiz decreta falência. Aprovado o plano, ele é implementado e precisa ser seguido à risca.

espionagem de Brasil e EUA são 'completamente diferentes'

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (5) que o tipo de espionagem praticada pelo Brasil e aquela que, segundo denúncias, é feita pelos Estados Unidos, são “completamente diferentes”. Cardozo deu a declaração após participar de evento em que lançou a nova campanha do ministério sobre direito do consumidor. Nos últimos meses, denúncias publicadas na imprensa brasileira e internacional revelaram que a agência de inteligência norte-americana (NSA) espionou dados e comunicações de governos de vários países, entre eles o Brasil. As denúncia levaram a presidente Dilma Rousseff a suspender viagem oficial que faria a Washington e a propor na ONU, junto com a Alemanha, um conjunto de regras de privacidade na internet. saiba mais Nesta segunda-feira (4), em meio aos protestos do governo brasileiro contra a espionagem norte-americana, o jornal "Folha de S.Paulo" publicou reportagem que dizia que o Brasil monitorou as atividades de diplomatas da Rússia, do Irã e do Iraque em 2003 e 2004. Para o ministro Cardozo, a ação praticada pelo Brasil, confirmada pelo Gabinete de Segurança Institucional, foi “absolutamente legal”. Segundo ele, “não houve interceptação não autorizada” pelo Judiciário. “Vejo situações completamente diferentes [ação do Brasil e dos EUA]. Qualquer tentativa de confundi-las me parece equivocada. O que o Brasil sofreu foi violência do sigilo, violação de mensagens, de ligações. A violação dos Estados Unidos afronta a nossa soberania e o Brasil teve reação forte. E o mais importante, e vale ressaltar, ela [ação praticada pelo Brasil] foi feita em território nacional”, afirmou. Cardozo disse ainda que o monitoramento do Brasil se classifica como uma ação de "contraespionagem", procedimento que, segundo ele, "todos os países fazem e têm de fazer". “O que li foi que houve contraespionagem. Isso é absolutamente legal nas regras. Quando você acha que há espiões atuando no Brasil, você deixa de espionar? Não. Você faz a contraespionagem, para saber se eles estão espionando ou não. Não vejo nenhum abalo. Todos os países fazem e têm que fazer contraespionagem. O que não posso fazer é violar a soberania das pessoas. Contraespionagem não é espionagem. Ao que li, não houve interceptação não autorizada pelo Judiciário, não houve ofensa à lei”, completou o ministro. Em nota divulgada nesta segunda, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela Abin, admitiu a existência das ações, mas afirmou que "as operações obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais". O GSI informou que não pode confirmar se o documento a que a Folha teve acesso é autêntico, porque não teve acesso a ele. A nota afirma ainda que as ações foram de "contrainteligência" e que o vazamento de dados sigilosos é crime. O governo diz que vai processar os responsáveis pelo vazamento. Operações De acordo com a "Folha de S. Paulo", foram dez operações. Diplomatas russos envolvidos com negociações de equipamentos militares foram fotografados e seguidos em suas viagens. O relatório aponta que a Abin desconfiava de espionagem dos russos no Brasil. A operação batizada de Miúcha monitorou três diplomatas russos, incluindo o ex-cônsul-geral no Rio Anatoly Kashuba. Representantes da Rosoboronexport, a agência russa de exportação de armas, também foram alvo. No caso dos diplomatas iranianos, a "Folha de S.Paulo" diz que foram vigiados para que a Abin identificasse seus contatos no Brasil. Entre outros, a operação Xá monitorou a rotina e os contatos do embaixador do Irã em Cuba, Seyed Davood Mohseni Salehi Monfared, em visita ao Brasil em abril de 2004. A embaixada do Iraque também foi monitorada, na época em que o país foi invadido pelos EUA. Segundo a reportagem, o governo brasileiro constatou que muitos diplomatas buscavam refúgio no Brasil e por isso houve necessidade de segui-los. A reportagem não cita os resultados dos monitoramentos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Abin ameaça punir seus agentes por vazamento

O GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) divulgou nota duríssima nesta segunda-feira (4.nov.2013) ameaçando punir os funcionários do governo brasileiro que possam ter facilitado o acesso a documentos secretos sobre atividades de espionagem. Mesmo dizendo respeitar “os preceitos constitucionais de liberdade de imprensa”, o Planalto informa, ameaçando, “que o vazamento de relatórios classificados como secretos constitui crime e que os responsáveis serão processados na forma da lei”. Foi uma resposta à reportagem de Lucas Ferraz sobre a Abin ter espionado funcionários de governos estrangeiros no Brasil nos anos de 2003 e 2004. O GSI declara que a Abi faz “operações de contrainteligência”. Reafirma que “a determinação do governo sobre as atividades de inteligência é de absoluto cumprimento à legislação”. Não explica, entretanto, como isso seria possível se as atividades de espionagem são feitas tendo como alvo funcionários de governos estrangeiros que têm permissão legal para estar no Brasil. Uma pergunta: todos os funcionários de governos estrangeiros podem se sentir alvos eventuais de “operações de contrainteligência”, inclusive incluindo serem seguidos e espionados de maneira furtiva? Na nota, o GSI afirma que os vazamentos e “eventuais infrações são passíveis de sanções administrativas, abertura de processo de investigação e punições na forma da lei”.

domingo, 3 de novembro de 2013

OGX, de Eike, sabia desde 2012 que reservas poderiam ser 82% menores

Um ano antes de a real situação da empresa vir à tona, estudos feitos a pedido da diretoria da OGX, de Eike Batista, indicavam que as principais áreas de petróleo da empresa na bacia de Campos (RJ) poderiam ter reservas equivalentes a apenas 17,5% do que fora divulgado ao mercado, revelam documentos da petroleira obtidos pela Folha. As projeções pessimistas, fruto de avaliações de técnicos da OGX e confirmadas por uma prestadora de serviços externa, chegaram a provocar uma briga dentro da empresa e não foram tornadas públicas na época. A petroleira preferiu aguardar a produção de alguns poços. Relatório mostrava prejuízo em campos Por meio de uma nota, a OGX disse que "sempre manteve o mercado atualizado sobre os projetos de produção, evitando a divulgação de informações incompletas". Com dívidas de R$ 11 bilhões, a empresa pediu recuperação judicial na quarta-feira passada, com as ações a R$ 0,13. Segundo os documentos, os engenheiros de reservatório da OGX, responsáveis por determinar a extensão das reservas economicamente viáveis, apontaram, em julho de 2012, que a empresa poderia retirar 315 milhões de barris das principais áreas em Campos --bem abaixo do 1,8 bilhão de barris informado ao mercado de capitais. Um segundo relatório, feito meses depois, apontou na mesma direção. Preparado por um grupo que incluiu a Schlumberger, renomada empresa do setor, aprofundou a avaliação sobre áreas específicas, que se transformaram nos campos de Tubarão Areia, Tubarão Tigre e Tubarão Gato. O volume de petróleo economicamente viável (recuperável) para essas áreas foi estimado em 43 milhões de barris, menos que a avaliação inicial dos técnicos da OGX (75 milhões) e que a última informação disponível ao mercado, de no mínimo 1,4 bilhão de barris. Segundo o artigo 157, parágrafo 4, da Lei das Sociedades Anônimas, "os administradores são obrigados a comunicar imediatamente fato relevante que possa influir na decisão dos investidores". No parágrafo 5, diz que "os administradores poderão recusar-se a prestar informação se entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da companhia". "Eles deveriam ter divulgado que havia uma incerteza tão grande sobre as estimativas. O julgamento do que estava correto deveria ter sido deixado para o investidor", opina Norma Parente, ex-diretora da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

sábado, 2 de novembro de 2013

Se Aécio for o candidato do PSDB, vou trabalhar por ele, diz Serra

Embora ainda se apresente como pré-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra faz agora uma inflexão no seu discurso. Diz que vai trabalhar a favor da unidade do partido, "com quem for o candidato", ele ou o senador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais. "É a minha grande aspiração, que o PSDB esteja unido. Com quem for o candidato. Trabalharei para isso, não tenha dúvida", afirmou em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL. Mas fará campanha, de maneira incessante, a favor de Aécio Neves? "Farei, farei, trabalharei para que a haja unidade, primeiro. E segundo, havendo unidade, para que a unidade se projete na campanha". A declaração de Serra, é claro, pode ser interpretada com ressalvas. Por exemplo, quando ele diz que trabalhará pelo mineiro "havendo unidade". Adversários podem enxergar insinceridade no apoio prometido a Aécio. Mas o tucano também poderia ter tergiversado quando indagado sobre se faria campanha para o colega mineiro. Preferiu ser direto. Trata-se de uma mudança em relação ao tom quase beligerante das últimas semanas, quando o tucano paulista passou a viajar pelo país para se apresentar como uma alternativa ao nome de Aécio, hoje o favorito para conquistar no PSDB a vaga de candidato a presidente em 2014. E quem seria mais de esquerda, Serra, 71 anos, ou Aécio, 53 anos? O paulista reagiu dizendo que a pergunta era "engraçada". Sorriu e explicou que a trajetória de vida dos dois é muito diferente: "Não dá para comparar banana com laranja". Mas ele estaria à direita ou à esquerda do mineiro? "À direita, não estou", respondeu. Ao final, afirmou que ambos são "progressistas". Sobre o prazo para definição, Serra é ambíguo. Há um acordo entre ele e Aécio para que o nome do candidato a presidente pelo PSDB seja anunciado em março. O paulista, entretanto, introduz um reparo: "A partir de março". Depois, é evasivo: "Se se achar que não tenha, que não há condições de maturidade para se tomar uma decisão...". Dá a entender que gostaria de estender ao máximo essa tomada de posição dentro do PSDB. A seguir, trechos da entrevista: * Folha/UOL - O governo federal realizou recentemente o leilão para a partilha do campo de Libra, do pré-sal. Aécio Neves fez críticas ao modelo adotado. Disse que seria preciso reestatizar a Petrobras. O sr. concorda? José Serra - O primeiro defeito dessa exploração do campo de Libra foi a demora. Demorou e o Brasil vai acumulando déficit de petróleo com a Petrobras em situação dificílima. Segundo, a coisa foi mal equacionada. Não houve leilão. Só tinha um concorrente. Houve uma organização de cartel. O governo trabalhou para montar um grupo que explorasse o petróleo, inclusive sinalizando os nomes daqueles que iriam ocupar a Petrosal, que é a empresa que vai administrar o conjunto do processo mesmo não tendo nenhum capital. Houve um cartel? Claramente. Inclusive para que entrassem estrangeiros, como a Total e a Shell. O que aconteceu ali foi que foram anunciados os nomes dos diretores da Petrosal. Para convencer os investidores estrangeiros que seriam pessoas de confiança deles. A mudança do processo de concessão para o processo de partilha foi desnecessária. Foi feita no bojo da campanha de 2010, para dar uma ideia de que haveria uma política mais nacionalista. Tanto a concessão quanto a partilha são métodos ideologicamente parecidos. Na verdade, deram nó em pingo d'água. Nesse aspecto, o Aécio tem razão. Há no Senado um projeto propondo autonomia completa para o Banco Central. Qual é a sua posição? Sou contra. O Banco Central já tem, na prática, autonomia operacional. Se você torna o presidente do BC imune, passa a ser um outro poder. Se ele tiver um mau desempenho, o processo de retirar é muito complexo. Vai desestabilizar a economia. O Fernando Henrique não pensa diferente. Tenho a impressão que o Aécio [Neves] também não pensa diferente, nem o Aloysio Nunes [Ferreira]. O ex-presidente Lula fez críticas a Marina Silva por ela ter reconhecido o papel do ex-presidente Fernando Henrique na estabilização da economia do país. É tática eleitoral? Sem dúvida, sem dúvida. Lula e o PT têm sido exitosos com essa tática em várias eleições. Por que eles conseguem que essa ideia prevaleça? Porque são bons nesse ramo. No ramo de marketing o PT é bom e o PSDB não é bom. Outras forças de oposição também não são. É uma questão de saber deslocar o eixo das discussões para onde eles querem deslocar. Mas é só marketing? Você quer um exemplo? Fome Zero. Fome Zero nunca existiu. Se você fizer uma pesquisa hoje e for avaliar o Fome Zero, a avaliação é positiva. Ou seja, tem um clima que favorece isso. Agora, em grande medida é marketing. Lembro que nos primeiros anos de administração do Lula, ele se dedicou na política econômica a acalmar o sistema financeiro. Aliás, o sistema financeiro nunca ganhou tanto dinheiro na história quanto na administração petista. Isso diz o Lula, diz todo mundo. Evidentemente não é isso que eles ostentam durante uma campanha eleitoral. Mas o sr. disse "eles são bons de marketing, tiveram êxito..." E a oposição não é. E eu me incluo nisso. O sr. está traçando um futuro plúmbeo para a oposição... A oposição tem que aprender. A oposição tem que ter um programa correto. Tem que saber apresentar, tem que saber sair das esparrelas. E, por outro lado, eu acredito que esse modelo publicitário está se esgotando. Será? O que aconteceu nas ruas [em junho] tem algum lado de insatisfação com esse "publicitarismo". Grandes anúncios que não dão em nada. Se você for ver hoje a aprovação do governo Dilma vis-à-vis o grau de exibição que ela tem na mídia livre e na mídia oficial, há uma diferença grande entre a intensidade e o resultado que na prática se obtém. O sr. vai disputar a indicação para ser o candidato a presidente pelo PSDB? O PSDB, por acordo, ficou de decidir isso mais adiante. Em março, a partir de março do ano que vem. Tenho seguido um pouco essa decisão. Aí nós vamos ver qual é a situação. O que eu vou fazer sempre é: me alinhar na perspectiva de fortalecer a oposição para que possa ser uma alternativa de poder no Brasil. O que eu fizer vai estar subordinado a esse critério. E fá-lo-ei, digamos, dentro do PSDB. O sr. quase saiu do PSDB? Era uma hipótese. Mas concluí minha análise achando que eu posso contribuir mais dentro do PSDB. Há um acordo no PSDB sobre como definir o candidato a presidente. Quais serão os critérios? As circunstâncias. As outras candidaturas. Hoje, nenhum partido definiu de fato. O que aconteceu com [a aliança entre] Marina Silva e Eduardo Campos era inteiramente imprevisível. O imprevisível tem um papel importante. Em março, o desempenho em pesquisas será relevante? Sempre é. Embora tenha que se fazer ponderações. Por exemplo, é normal que, tanto o nome da Marina quanto o meu tenha um nível mais alto que os outros, porque disputamos eleição presidencial. Em princípio isso não é um fator decisivo. Os outros candidatos podem crescer. Como deve ser o processo de decisão? Terá que haver conversas entre dirigentes. Auscultar o partido. O processo não é muito definido. Formalmente, a convenção é em junho. Pela lei, é em junho. Mas e em março? Em março, a partir de março, se se achar que não tenha condições de maturidade para se tomar uma decisão... Veja, a ideia de março, inclusive, veio do Aécio. É uma ideia que foi colocada e me pareceu razoável. Em março a gente para e olha. É possível uma chapa presidencial do PSDB composta com Aécio Neves e José Serra? Nós não temos candidato ainda. Imagine escolher vice, a esta altura. Sobretudo, decidir que vice é do PSDB, é chapa pura, sem ter o quadro dos aliados já definido. Parece muito prematuro. Prematuro e improvável ou só prematuro? Hoje, parece pouco provável uma vez que você tem que ter os aliados definidos. Mas já tendo o esquema montado é uma questão que pode ser analisada. Mas é bem posterior. Primeiro, você tem que ter um candidato definido, depois um quadro de alianças definido. Enfim, falta coisa pela frente. Se Aécio Neves for o candidato a presidente, o PSDB e o sr. estarão unidos em torno dele? É a minha grande aspiração, que o PSDB esteja unido. Com quem for o candidato. E eu trabalharei para isso, não tenha dúvida. O sr. fará campanha, de maneira incessante, a favor de Aécio Neves? Farei, farei. Trabalharei para que a haja unidade, primeiro. E segundo, havendo unidade, para que a unidade se projete na campanha, sem dúvida nenhuma. O sr. acha que Aécio Neves fez campanha para o sr. com a intensidade que deveria ter feito em 2010? Ele fez campanha me apoiando e segundo a estratégia que eles adotaram em Minas Gerais, inclusive no segundo turno. Qual estratégia? De ganhar eleição no governo estadual. Isso sempre é um fator que se impõe. Para deixar bem claro: eu não perdi a eleição porque podia ter tido mais votos em Minas. A derrota em 2010 foi porque tudo crescia 10% -a massa de salários, o crédito ao consumo. Foi um período de euforia, com o governo Lula lá nas nuvens de avaliação. Qual dos dois, Aécio Neves ou José Serra, estaria mais à esquerda hoje? [Risos] Engraçada a pergunta. Acho que categoria esquerda-direita já é meio batida. O sr. está à esquerda ou à direita de Aécio? À direita, não estou. À esquerda? Depende do ângulo que se olhe. Tenho uma biografia de militância de esquerda longa. São histórias diferentes, difíceis de comparar. Não dá para comparar banana com laranja, digamos. São formações diferentes, perfis diferentes, personalidades diferentes. É muito difícil. Acho que ambos somos, para usar um termo genérico, progressistas. Se a eleição afunilar entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, alguns tucanos dizem: "Serra ficará com Dilma"... [risos] É brincadeira, né? É tão provável quanto esse seu iPad sair voando, batendo asas aqui no estúdio. Não tem chance? Não. Se não for candidato a presidente, o que pretende fazer? Disputar uma vaga ao Senado é uma possibilidade? Tem diversas possibilidades. Não me detive a analisar nenhuma. É um problema metodológico: se não vou resolver, não fico dando volta na cabeça com isso. Há possibilidade de não haver nenhum representante de São Paulo com chance de ser presidente da República... Desde 1950, a última vez que São Paulo não teve um candidato a presidente. É motivo de desalento para São Paulo? Não creio. Primeiro não sabemos o que vai acontecer de fato. Segundo, São Paulo não é um Estado que tenha um espírito muito regionalista. Não há 'pátria paulista'. O ex-presidente Lula ainda pode vir a ser candidato a presidente, em 2014? Parece-me que sim. Quando você pega avaliações de governo, em geral não dá uma diferença grande entre a taxa de aprovação e desaprovação [para o governo Dilma]. E acima de tudo, qualquer pesquisa, de qualquer instituto, mostra também "desejo de mudança". Em 2010, eu estava muito à frente das pesquisas. No entanto, as próprias pesquisas diziam que o pessoal não queria mudar muito. Aquele era um indicador de que a disputa ia ser acirrada. Agora, o indicador de que a disputa vai ser acirrada é o fato de que o pessoal quer mudança. Por que Lula poderia substituir Dilma? Acho que o PT não quer perder o poder de jeito nenhum. Nenhum partido quer. Mas para o PT é muito especial. Sabe por quê? Porque eles se misturaram com o poder. O PT se apossou do governo e deixou uma parte para os aliados. Toda a máquina hoje está confundida com o governo. Para eles é uma questão de sobrevivência. Eles vão fazer tudo para ganhar. Se os dados apontarem que Dilma eventualmente não seria capaz de ganhar no primeiro turno, acho que o PT não vai correr o risco. Um segundo turno para ela é arriscadíssimo. Mas o PT ganhou outras eleições no segundo turno... Era diferente. O quadro nacional era outro. O desejo de mudança era praticamente nenhum, pequeno. O quadro da economia era eufórico. Não acho que a economia vá afundar no ano que vem. Vai continuar esse desempenho medíocre. O quadro é outro, e o desejo de mudança é grande. Quem é mais competitivo: Eduardo Campos ou Marina Silva? Hoje, seria a Marina, do ponto de vista da análise política, se você for pegar a pesquisa. Ela poderia ter para Eduardo Campos o mesmo papel que teve Lula para Dilma? São características muito diferentes. A Marina é uma pregadora introvertida. O Lula é um pregador extrovertido. Francamente, não creio que se coloque aí um paralelo. O sr. tem uma taxa de rejeição alta. Perdeu a eleição para prefeito em São Paulo. Esses elementos o impedem de ser o escolhido do PSDB? A questão de rejeição eu acho normal. Disputei uma eleição nacional. Sofri muitos ataques de toda a máquina petista. Quem é preferencialmente eleitor do PT me conhece e diz: 'O Serra, não. Ele é opositor nosso'. É uma coisa mais consistente. Não creio que essa coisa de rejeição seja algo assim tão forte e absoluto. É previsível. Da mesma maneira que tenho mais preferência que os outros também tenho mais rejeição, pelo fato de ser mais conhecido e ter tido embates duríssimos nessa. O sr. considera então que taxa de rejeição é algo reversível durante uma campanha? Em tese sim, seria. Houve recentemente um caso rumoroso sobre o metrô de São Paulo. Um e-mail da empresa Siemens, indica que o sr. teria sugerido um acordo em uma licitação da CPTM para evitar disputa judiciais que atrasariam a entrega dos trens. O sr. acha correto um governador interferir em uma licitação para abaixar os preços ou acelerar o prazo? Não. Aí o que houve foi outra coisa. Eu atuei contra o cartel porque ganhou uma empresa com um preço mais baixo e as que ganharam com um preço mais alto queriam derrubar a primeira empresa que ganhou com preço baixo. Eu disse: 'Se derrubarem, se forem para Justiça e derrubarem, eu refaço a concorrência. Eu não vou dar para o segundo colocado'. Foi uma posição anticartel. Mas isso não poderia ser interpretado como advocacia administrativa, porque o seu interesse, como governador, estaria acima da comissão de licitação? Não. Estava defendendo os preços mais baixos. Tem um cartel que quer forçar aumentar preços? Faço a concorrência de novo. Nada demais. Você tem uma concorrência, alguém ganha com preço baixo. Os que tiveram preço mais alto querem derrubar aqueles que ganharam com preço baixo. Não tenho como impedir que vão à Justiça. Se ganharem e derrubarem o primeiro [colocado], não darei para o preço mais alto. Farei nova licitação, com os preços baixos antes aprovados. Ou seja, estou defendendo os cofres públicos e enfrentando o cartel, não o contrário. O presidente da CPTM no seu governo, Sérgio Avelleda, é réu numa ação sobre uma acusação de ter restringido a competição em um contrato para manutenção das linhas. Segundo o edital, 73 empresas teriam feito consultas à CPTM sobre a licitação. No final, só 3 delas acabaram participando. Nesse caso, não houve um estímulo ao cartel? Não acompanhei todas as licitações havidas em meu governo. Foram centenas, milhares. O que posso dizer é que o Sérgio Avelleda tem a imagem de homem correto e de um bom administrador. Foi posto na CPTM. Foi um bom presidente. Sobre esse caso, ele pode perfeitamente explicar. Eu particularmente não conheço isso. João Roberto Zaniboni é um ex-diretor da CPTM acusado de receber propina de R$ 1,8 milhão da Alston. Era uma pessoa que o sr. conhecia na administração? Não. Acho que ele trabalhou no período [Mário] Covas, se não me engano. Nunca ouvi falar. Nem trabalhou no meu governo, pelo que soube. Outro tema: manifestações violentas de rua. Os governos, com suas forças de segurança, têm sido demasiadamente lenientes com esses manifestantes violentos? Não dá para escolher entre um e outro. Tem sido um processo de aprendizado. Fui líder estudantil de um tempo muito agitado no Brasil. Era presidente da UNE numa época que se lutava bastante. Nunca vi nada parecido, nem do nosso lado nem do lado da direita, com marcha da família etc. Nunca vi nada tão volumoso e generalizado no Brasil. Foi uma coisa nova, não tinha acontecido antes. Ontem, estava com os meus netos. Às 8h, eu ia embora. Tinha um compromisso e falei: 'Vou embora'. A minha neta, que tem 6 anos, virou para mim e falou: 'Você vai numa manifestação?'. Você veja, que coisa nova. Meu neto mais novo, de 4 anos, diz "eu já vi uma manifestação". Ou seja, é algo até que já entrou no vocabulário das criancinhas. É um fenômeno diferente. Mas elas estão aí já há quase 4 meses... E pegou de surpresa. Acho que pouco a pouco tem que se desenvolver um esquema que reprima a desordem, que é diferente de manifestação. Quebra-quebra, quebra de patrimônio público... Entendo que seja uma coisa nova. Mas são cerca de 4 meses já. São Estados importantes: Rio de Janeiro e São Paulo. Já não houve tempo suficiente para que seja desenvolvida uma tecnologia para proteger quem quer se manifestar de maneira pacífica e reprimir aqueles que não querem? Não é uma tecnologia simples. Você lida com gente, com pessoas. Você sabe que a chance de pegar, entre aspas, inocentes, no lugar de desordeiros, é muito grande. Acredito que pouco a pouco a polícia já está fazendo isso e vai fazer. Tem algo que deveria ter feito e não fez? Sabe o que tem que fazer? Ir identificando quem são. Porque você tem fotos, filmes etc. Você deve ter grupo de extrema-direita, grupo de extrema-esquerda, você tem de tudo aí no meio. Acho que isso demanda uma tecnologia mais refinada. Não tem como fazer mais rápido? De fora, pode parecer lento, mas de dentro talvez seja muito difícil fazer mais depressa.