Pesquisar este blog

sábado, 30 de novembro de 2013

'Black Friday' tem aumento das vendas e também das reclamações

A "Black Friday" movimentou, até as 17 horas desta sexta-feira (29), R$ 390 milhões apenas para o comércio eletrônico, 60% mais que em todo o evento no ano passado, segundo a E-bit, empresa especializada em informações do comércio virtual. A data também foi marcada por reclamações de consumidores. Segundo o Reclame Aqui, canal on-line para queixas, até as 18h, foram registradas 5.602 reclamações entre as 120 lojas virtuais monitoradas no evento. Entre as principais reclamações da quarta edição do evento com promoções, estavam a dificuldade de acesso aos sites, impossibilidade de conclusão das compras e aumento prévio dos preços para dar descontos. Também foram registradas queixas referentes ao preço do frete, com valores muito acima da média. Os três sites com maior número de reclamações, de acordo com o balanço do Reclame Aqui, foram o Extra.com, o Submarino.com e o Ponto Frio. O Submarino.com não quis comentar as reclamações feitas pelos consumidores. Os sites Extra.com e o Ponto Frio disseram, em nota, que "as ofertas divulgadas na promoção 'Black Friday' são legítimas e que os sites disponibilizam páginas exclusivas para que os clientes naveguem em produtos participantes dessa promoção". No ano passado, o Reclame Aqui registrou 8.000 queixas, referentes a 187 empresas - sendo 30 lojas físicas - entre a sexta e o sábado. Quase metade das reclamações em 2012 foi relativa à propaganda enganosa. Nas redes sociais e nos sites de reclamações, o evento recebeu apelidos como "Black Fraude", "Black Fria", "Friday Fiasco" e "Black Mentira", em alusão à suposta "maquiagem" de preço. Também foram criados sites colaborativos para que os consumidores denunciassem falsas ofertas.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Petrobras tem deficit de US$ 22 bilhões no ano

Enquanto persiste o imbróglio do reajuste dos preços da gasolina e do diesel, a Petrobras se afunda em deficit. O saldo da empresa na balança comercial foi negativo em US$ 22,4 bilhões de janeiro a outubro deste ano, um valor não só recorde como também 157% superior ao deficit de todo o ano de 2012. Os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as exportações da empresa caíram para US$ 11,5 bilhões neste ano, 40% menos do que as do ano passado. Já as importações subiram para US$ 34 bilhões, 34% mais. A empresa tradicionalmente tem deficit na balança, mas nunca houve números tão expressivos. Em 2012, o deficit havia sido de US$ 8,7 bilhões. De 2000 a 2010, a Petrobras teve deficit acumulado de US$ 14,4 bilhões, aponta a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A situação da empresa só não é pior porque no segundo trimestre deste ano a mistura de etanol na gasolina subiu de 20% para 25%. Com isso, e devido a uma recuperação parcial da produção nacional de álcool, parte do consumo de gasolina foi substituída pelo de etanol. O consumo de etanol atingiu 18,7 bilhões de litros de janeiro a outubro, um volume 19% superior aos 15,7 bilhões de igual de 2012. Mesmo assim, apesar de uma redução nos últimos meses, as importações de gasolina continuam aceleradas. Até outubro, foram gastos US$ 2 bilhões para a entrada de 2,9 bilhões de litros. O pior para a empresa é que o alívio que poderia vir do etanol não ocorre exatamente devido à política do governo de segurar artificialmente os preços da preços da gasolina. Os preços controlados do derivado de petróleo limitam também uma correção nos do etanol. Com isso, não houve avanço na produção de cana e os investimentos se retraíram nesse setor. Os reajustes da gasolina virão nos próximos meses, mas o governo criou uma armadilha para ele mesmo. Deveria ter criado um mecanismo de reajuste no período de inflação menor e de câmbio estabilizado. Agora, corre o risco de ter a economia contaminada pelos reajustes e de ter de elevar os preços da gasolina --se o câmbio subir-- mesmo quando os preços recuarem no mercado externo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Presidente do STF mantém votação sobre correção da poupança, apesar de apelos

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, ignorou os apelos do governo e de uma carta de "notáveis" e manteve em pauta a votação da correção das poupanças nos planos econômicos dos anos 1980 e 1990, assunto que se arrasta desde 2010 e que pode trazer perdas bilionárias ao governo e ao sistema financeiro. O governo, que perde com as indenizações dos bancos públicos e com queda na arrecadação, negociava ontem à noite com membros do STF para suspender a votação. No arsenal, está a manifestação de 23 notáveis -ex-presidente do BC, ex-ministros da Fazenda e até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso- dizendo que uma decisão favorável aos poupadores seria erro histórico. Os poupadores, representados pelo Idec, desqualificam a carta afirmando que todos os signatários ou trabalham ou trabalharam sob a forma de consultor ou de conselheiro dos bancos. O início da sessão, que tem desfecho imprevisível, está previsto para hoje, às 8h30. A expectativa ontem era que algum dos ministros mais sensibilizados às ponderações do governo e do BC, que falam em perdas potenciais de R$ 150 bilhões (o Idec estima R$ 18 bilhões de provisões e R$ 8 bilhões de indenizações), peça vistas da votação. Para pedir vistas, deve ter argumentos para se justificar. O problema é reverter decisões que os ministros tomaram no passado. Com exceção dos ministros Teori Zavascki, Luiz Fux, Luís Barroso e Rosa Weber, todos os sete demais já se pronunciaram e têm suas opiniões bem conhecidas sobre o assunto. Favoráveis aos bancos, só falaram José Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Barroso deve se declarar impedido a votar porque já defendeu os bancos. Há dúvidas se será seguido por Fux (sua filha trabalha num escritório de defesa dos bancos). Na pauta, estão uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), que teve negado um pedido de liminar em 2010, e quatro repercussões gerais (que tratam das matérias) relatadas por Tofolli e Mendes. O provável é que a ADPF, relatada por Ricardo Lewandowski, seja votada primeiro. Em seguida, votam-se as repercussões. "Está tudo previsto para que comece a julgar quarta [hoje] normalmente. Pelo que fui informado, vamos fazer a leitura dos relatórios, depois começam as sustentações orais, e aí não sei se continua na outra semana", disse Lewandowski.

domingo, 24 de novembro de 2013

Países do Golfo temem aumento de ambição do Irã após acordo nuclear

DUBAI, 24 Nov 2013 (AFP) - As monarquias árabes do Golfo, que se sentem abandonadas pelo aliado Estados Unidos, desejam manter boas relações com o Irã, mas temem que o acordo sobre seu programa nuclear alimente aquele país em suas ambições regionais, segundo analistas. Os Emirados Árabes foram o primeiro país do Golfo a reagir ao acordo provisório concluído neste domingo em Genebra entre as grandes potências e o Irã, manifestando esperança de que o pacto "contribua para a estabilidade da região". As monarquias do Golfo nunca esconderam sua desconfiança em relação ao vizinho. "Como princípio, os países do Golfo desejam manter boas relações com o Irã", diz o analista saudita Jamal Khashoggi. "Mas o acordo reduziu o problema com o Irã à esfera nuclear, quando suas interferências na região representam uma preocupação fundamental para estas nações." Segundo o analista, os países do Golfo "temem que o Irã considere o acordo um alicerce para ter as mãos livres na região", onde autoridades iranianas são acusadas de apoiar militarmente o regime do presidente sírio, Bashar al-Asad, e alimentar a instabilidade no Barein e Iêmen através das comunidades xiitas naqueles países. O presidente americano, Barack Obama, tentou tranquilizar os aliados. "A determinação dos Estados Unidos continuará sendo firme, assim como nosso compromisso com nossos amigos e aliados, especialmente Israel e nossos parceiros do Golfo, que têm boas razões para serem céticos em relação às intenções do Irã." O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo de "erro histórico", e afirmou que seu país tem o "direito de se defender". Os países árabes do Golfo e Israel não compartilham a mesma posição sobre o Irã, destaca Khashoggi, para quem "o principal problema do Estado hebreu é o programa nuclear".