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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Governo de SP teme racionamento de água no ano eleitoral

Na tentativa de evitar o racionamento no Estado, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) lança hoje uma campanha de incentivo à economia de água, oferecendo descontos de 30% na conta do consumidor que reduzir o uso. Os detalhes foram fechados ontem, em reunião no Palácio dos Bandeirantes, da qual participaram integrantes da cúpula do governo e da empresa. A iniciativa vai seguir os mesmos moldes da que ocorreu em 2004, quando consumidores que reduziram o uso da água em 20% tiveram abatimento do mesmo percentual na conta. Desta vez, no entanto, o desconto será maior: 30% para quem diminuir seu consumo em 20%. O desconto será apresentado como um "bônus" ao consumidor que aderir à campanha. A Sabesp fez um contrato emergencial de publicidade para divulgar a ação. A possibilidade de racionamento deixou em alerta a equipe do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tema é extremamente sensível, especialmente em ano eleitoral. APAGÃO Além de irritar o eleitor, que se sente lesado pelo problema, há temor de exploração política e a vinculação com a crise do "apagão", que ocorreu na gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, em junho de 2001, o governo federal lançou o programa de racionamento de energia, que obrigava consumidores de todo o país a diminuir o consumo de luz em 20%, sob pena multa sobre o valor excedido. Além do desconto na conta, a Sabesp estuda adotar outras medidas para compensar a baixa nos reservatórios de água, especialmente o sistema Cantareira, principal responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo. Ele atingiu o pior índice em 39 anos de operação por causa da falta de chuvas –atualmente conta com apenas 22,2% de sua capacidade. Há um ano, 52% dos reservatórios estavam completos. Anteontem, a Sabesp afirmou que o nível de chuvas na região nos últimos dois meses é o menor desde 1930. Por causa do baixo nível dos reservatórios, cerca de 1,6 milhão de consumidores da zona leste de São Paulo passaram a ser abastecidos pela bacia do Alto Tietê. CAMPANHA Dentro da estatal, técnicos acreditam que, com a redução voluntária do consumo, será possível evitar o racionamento e manter o abastecimento funcionando até a normalização das chuvas. Em 2004, quando a campanha semelhante foi lançada, quase metade da população atingiu a meta de redução de 20% no consumo. Outros 20% diminuíram o uso da água, mas não chegaram a bater a meta estabelecida pelo governo. SISTEMAS DE ÁGUA CANTAREIRA E TIETÊ CANTAREIRA - Opera com 22,2 % da capacidade - Chuva acumulada na região do reservatório neste mês: 87,8 mm - Média histórica de chuvas para o período 259,9 mm ALTO TIETÊ - Opera com 44,7 % da capacidade total - Chuva acumulada na região do reservatório este mês: 187,7 mm - Média histórica de chuvas para o período: 246,6 mm

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sestário revela desdém de diretor da Portuguesa por Heverton e julgamento

O advogado da Portuguesa no STJD no caso Heverton voltou a transferir a responsabilidade por ter escalado o jogar ao clube. Em entrevista ao programa Bate-Bola, da ESPN Brasil, Sestário afirmou que o diretor jurídico da Lusa, Valdir Rocha, em nenhum momento mostrou qualquer preocupação, chegando inclusive a criticar o futebol de Heverton. "Quando a gente falou do Heverton, ele falou: deixa para lá que ele está indo embora e é reserva, ele poderia ter pegado até dez jogos que não teria problema", afirmou. Mantendo a versão de que se comunicou com a diretoria da Portuguesa entre o julgamento e o dia do jogo, o advogado afirmou saber que Heverton estava suspenso, e revelou ter ficado chocado quando soube que o meia tinha sido escalado. "Eu estava em um shopping, sentei e liguei para essa advogada que estava comigo e pedi para ela consultar a súmula do jogo. E eu fiquei sem chão né. A minha primeira reação foi ligar para o Valdir, com quem eu tinha até uma relação fora do trabalho, e eu perguntei se ele tinha escalado o Heverton. Ficou aquela coisa assim, ele perguntou "o Heverton?". Eu respondi sim, o Heverton. A linha caiu" disse. Sestário ainda fez uma grave acusação à cúpula da Portuguesa. Segundo ele, dirigentes teriam lhe pedido para assumir a culpa pelo erro, mas ele recusou. "Depois do ocorrido, quando a gente já estava vendo qual caminho íamos seguir, eles fizeram um apelo desesperado para que eu assumisse a culpa. Eu falei que juridicamente não mudaria nada, só iria me prejudicar. Eu disse que não posso fazer isso" finalizou.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Governo português sabia de visita de Dilma desde dia 23

Tratada como segredo de Estado pelo Palácio do Planalto, a passagem da presidente Dilma Rousseff por Portugal já estava confirmada e foi comunicada ao governo local na quinta-feira, 23, o que contradiz o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, segundo quem a decisão de parar em Lisboa só foi tomada "no dia da partida" da Suíça, no sábado passado. Dilma ficou na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, de quinta-feira a sábado. Seu destino seguinte, segundo a agenda oficial, seria Cuba, onde está hoje. A presidente e sua comitiva, porém, desembarcaram em Lisboa, onde passaram o sábado e a manhã de domingo. Jantaram em um dos restaurantes mais badalados da cidade e se hospedaram nos hotéis Ritz e Tivoli - 45 quartos foram usados. Nada foi divulgado à imprensa. Após o jornal O Estado de S. Paulo revelar o paradeiro de Dilma no sábado, 25, o Palácio do Planalto afirmou que se tratava de uma "parada técnica" não prevista. A versão foi dada primeiro pela ministra Helena Chagas (Comunicação Social), no fim de semana, e reiterada ontem por Figueiredo, em Havana. Pela versão oficial, o plano era sair da Suíça no sábado, parar nos Estados Unidos para abastecer as duas aeronaves oficiais e chegar a Cuba no domingo. Mas o mau tempo teria obrigado a comitiva a mudar de planos na véspera e desembarcar em Lisboa. Desde quinta, porém, o diretor do cerimonial do governo de Portugal, embaixador Almeida Lima, estava escalado para recepcionar Dilma e sua comitiva no fim de semana. Joachim Koerper, chef do restaurante Eleven, onde Dilma jantou em Lisboa com ministros e assessores, recebeu pedidos de reserva na quinta-feira. O chef postou em uma rede social uma foto ao lado de Dilma no restaurante - um dos poucos de Lisboa a ter uma estrela no Guia Michelin, um das mais tradicionais publicações sobre viagens do mundo.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Bahia tem o maior número de ações por improbidade do Brasil

Com um total de 1.073 ações em 267 municípios, a Bahia lidera no país o número de ações por improbidade administrativa em tramitação, apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF-BA) contra políticos e gestores públicos. Somadas às 215 ações de improbidade propostas pelo Ministério Público Estadual (MP-BA), o estado tem 1.288 processos. Os dados foram recolhidos por A TARDE nos mapas da improbidade alimentados pelos órgãos de controle. O quadro, porém, é ainda mais abrangente, de acordo com o promotor de Justiça Valmiro Macedo, que trabalhou no mapa do MP-BA. O total de processos, incluindo os julgados, estava em 838 até a última sexta-feira, 24. O ato de improbidade, previsto na Lei nº 8429/92, é descrito como o ilícito cometido por agente público "em desrespeito às regras inerentes ao trato da coisa pública, podendo causar enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e/ou ofensa aos princípios da administração pública" Casos mais comuns A procuradora da República Melina Flores lembra que a Bahia também ocupa o posto de estado no qual foram ajuizadas mais ações em 2013. Para explicar a liderança, ela cita dois fatores: a necessidade de não permitir a prescrição dos casos e o volume de recursos federais recebidos. "Houve um esforço dos procuradores em ajuizar ações relativas a mandatos que se encerravam em 2008, porque precisamos propor as ações até cinco anos após o mandato, devido ao risco de prescrição. O outro fator é que a Bahia ainda é um estado muito pobre. Por isso, os municípios recebem muitos recursos federais", afirma. Ao falar sobre o ritmo de julgamento dos processos, a procuradora evita atacar o Judiciário. Ela destaca o estabelecimento de metas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas reconhece que ainda há muito a melhorar. "O Judiciário tem se preocupado em acelerar o ritmo, mas precisamos avançar muito", afirma. De acordo com ela, os casos mais frequentes de improbidade estão relacionados a desvios de recursos públicos federais destinados à saúde e educação, principalmente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Com atuação na região de Irecê, o procurador da República Samir Nachef acrescenta à lista de irregularidades mais cometidas a não prestação de contas de recursos federais recebidos e o fracionamento de licitação. Gentio do Ouro Segundo ele, ambas foram praticadas pelo ex-prefeito de Gentio do Ouro, José Henrique Queiroz, alvo de seis ações de improbidade. Em alguns dos casos, o atual prefeito, Ivonilton Vieira, também é citado. "Ele foi o campeão de ações da minha parte: praticamente cometeu todos os exemplos de atos que a Lei de Improbidade Administrativa prevê", aponta. Conforme Nachef, o ex-gestor realizou saques da conta da prefeitura sem identificar o destino, apresentou cheques sem fundo, fracionou e direcionou licitação, usou notas fiscais falsas, comprou carro superfaturado e deixou alunos sem merenda escolar. Além disso, contratou até estudantes de Medicina para dar plantão e os pagou como se fossem médicos. O procurador diz que o prejuízo causado pelas ações é de R$ 1,3 milhão. O fracionamento de licitação consiste em adquirir bens ou serviços mensalmente, e não por um período mais longo. "Ao invés de fazerem um contrato anual para fornecimento de merenda, eles compram mês a mês, porque o valor é baixo e não se atinge o limite mínimo para haver licitação. Aí já se sabe quem será contratado: os financiadores de campanha", enumera Nachef.