A Consumer Electronics Show (CES) 2011, maior feira internacional de tecnologia, abriu nesta quinta-feira suas portas em Las Vegas, refletindo o momento de alta dos tablets de informática e do mercado de aparelhos domésticos para imagens em 3D.
As empresas de tecnologia levaram os protótipos de 2010 a dominarem a CES deste ano com dezenas de diferentes modelos de tablets e uma ampla variedade de aparelhos domésticos para reproduzir e gravar vídeos em três dimensões.
O evento constata o florescimento de novos e promissores nichos de negócio, em um setor que parece agora mais centrado em obter lucros do que em deslumbrar os mais de 120 mil visitantes com propostas revolucionárias para o futuro.
Com a notória ausência da Apple, que prefere promover seus próprios eventos para apresentar novidades, os concorrentes do iPad apressaram-se a tomar posições no centro de convenções de Las Vegas com dispositivos que superam em alguns aspectos o irmão mais velho do iPhone.
A Motorola exibiu nesta feira o Xoom, com tela de 10 polegadas, alta resolução, apto para o Adobe Flash, equipado com duas câmeras com capacidade para gravar vídeos em HD e que funciona com Android Honeycomb, o novo sistema operacional do Google para tablets.
O Xoom deve chegar ao mercado no primeiro trimestre deste ano, assim como o PlayBook da Research in Motion (RIM), tablet da BlackBerry menor e mais rápido que o iPad e elaborado para potencializar seu uso multimídia e multifuncional em alta velocidade.
A Asus aposta em transferir toda a potencialidade do Windows 7 a um tablet com Eee Slate EP121, um aparelho que já foi batizado pela empresa taiuanesa como o "mais poderoso" dentre seus rivais, equipado com tela de 12 polegadas e funcionalidade próxima a de um computador portátil.
A mesma tendência também foi seguida pela Samsung, criadora da conhecida Galaxy Tab, com um híbrido entre tablet e computador, o Sliding PC 7, também com sistema operacional Windows 7 e tela tátil de 10 polegadas que desliza sobre um teclado, o que permite usar o dispositivo como se fosse um netbook.
A Panasonic se propôs um objetivo diferente com seu Viera Tablet, elaborado para ser usado exclusivamente em casa como um controle remoto com tela dos televisores Viera.
As expectativas indicam que a Apple deve reagir à batalha pelo mercado dos tablets encenada na CES com o lançamento de um iPad de segunda geração nos próximos meses.
Como cenário nesta guerra comercial se disputa uma corrida contra o relógio para desenvolver sistemas operacionais mais potentes, condensados e de menor consumo energético.
Horas antes da abertura da feira, o Google ofereceu uma prévia de seu Android 3.0, apelidado de Honeycomb, criado especialmente para compactar a capacidade dos tablets, permitindo a realização de tarefas simultâneas e um processamento mais rápido de informações.
É um desafio para a Apple, mas sobretudo para a Microsoft, que chegou tarde nesse nicho do mercado informático que cresce independentemente do onipresente Windows, algo em que a companhia do bilionário Bill Gates já passou a trabalhar.
O diretor-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, anunciou na quarta-feira que a próxima versão do Windows deixará para trás sua aliança de anos com a Intel e mudará seus tradicionais processadores por outros menores denominados System on a Chip (SoC), tecnologia que já está no coração de tablets e telefones celulares.
Além da informática, o outro grande setor em ebulição na CES 2011 está sendo o dos eletrodomésticos para imagens em três dimensões, um terreno em que Toshiba e Sony aparecem com as propostas mais atrativas.
A Toshiba lançou suas telas de mais de 40 polegadas que dispensam o uso de óculos especiais para 3D, que começarão a ser vendidos no segundo trimestre na Europa. Já a Sony deu um passo além da tela em três dimensões e apresentou câmeras capazes de obter fotos e vídeos em 3D, assim como portáteis com tela em três dimensões.
A CES 2011 vai até o próximo domingo.
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