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quarta-feira, 20 de julho de 2016
Por que a estabilidade da Turquia é importante para o mundo
A Turquia é um país dividido e infeliz. As motivações da tentativa de golpe de Estado do último final de semana não estão claras, mas tentou-se tomar o poder no momento em que a Turquia sofre o contágio da violência da guerra na Síria e por divisões causadas pelo projeto do presidente Recep Tayyip Erdogan de transformar o país.
O governo turco acusou indiretamente o clérigo islâmico Fethullah Gulen de estar por trás do golpe fracassado.
No passado, Erdogan já acusou Gulen por uma série de problemas do país.
O primeiro-ministro, Binali Yildirim, ameaçou qualquer país que der "suporte" a Gulen. "Não será amigo da Turquia e será considerado em guerra contra a Turquia", afirmou.
Gulen vive em um autoexílio nos Estados Unidos. Ele já foi aliado de Erdogan, e chegou a ser considerado o segundo homem mais poderoso da Turquia, depois do presidente.
Erdogan fortalecido?
A Turquia é importante no Oriente Médio por sua localização geográfica, com um pé na Europa e outro na Ásia. Também porque é um membro de peso na Otan (aliança militar do Ocidente) e porque o presidente islamista Erdogan e seu partido AKP mantêm interesse especial pelos governos muçulmanos sunitas da região.
BBC
A Turquia possui localização estratégica, como porta da entrada ao Oriente Médio desde a Europa
Em discurso que uma apresentadora turca disse ter sido obrigada a ler, os responsáveis pela tentativa de golpe disseram que estavam tentando restaurar a democracia secular do país.
O partido do governo AKP se tornou especialista em vencer eleições, mas sempre houve dúvidas sobre o comprometimento de longo prazo de Erdogan com a democracia.
Ele uma vez comparou a democracia com um ônibus que você pega até seu destino e depois desce.
Erdogan é um político islamista que rejeitou a herança secular turca.
Ele se tornou autoritário gradativamente, prendendo jornalistas incômodos e outros cidadãos.
Agora que conseguiu evitar o golpe, ele poderia tentar impor um regime ainda mais duro ao país.
Erdogan foi primeiro-ministro por muitos anos, de 2003 a 2014. Ele agora tenta alterar a Constituição do país para se transformar em um presidente com amplos poderes concentrados no Executivo.
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