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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Rio 2016 se transforma na Olimpíada mais gay da história

A Austrália tinha acabado de conquistar, na noite de segunda-feira, a primeira medalha de ouro da história do rúgbi de 7 feminino nos Jogos Olímpicos. O estádio de Deodoro já estava quase vazio. Então, uma mulher entrou no campo com um microfone na mão e dirigiu-se a uma jogadora da seleção brasileira. E foi assim que Marjorie Enya, que trabalha como voluntária na Olimpíada, pediu em casamento a sua namorada, Isadora Cerullo. Depois de ouvir o “sim”, Enya, de 28 anos, improvisou uma aliança fazendo um laço no dedo de Isadora, de 25 anos, e o beijo das duas passou a ser uma das imagens mais populares dos Jogos Olímpicos do Rio até agora. Esta é apenas uma das mais recentes imagens dos Jogos Olímpicos com vocação para acolher o coletivo LGBTQ (lésbicas, gays, transexuais, queer). Ainda que as disputas esportivas tenham o protagonismo na Rio 2016, a cada novo episódio do gênero a narrativa de respeito à inclusão se aprofunda. O número de atletas assumidamente LGBTQ – 43 no total – é o maior da história. Um deles, o britânico Tom Daley ganhou a medalha de bronze no salto sincronizado na segunda-feira. A judoca Rafaela Silva, o primeiro ouro do Brasil, também é lésbica. E, pela primeira vez na história, duas atletas estão casadas: as também britânicas Kate Richardson-Walsh e Helen Richardson-Walsh. Na noite da cerimônia de abertura, cinco dos ciclistas que puxavam as delegações dos países eram transexuais, incluindo a famosa modelo Lea T, que abriu caminho para os atletas brasileiros. Um contraste com o Brasil, sede das competições, onde a homofobia cresceu nos últimos anos. Na semana passada o time feminino de futebol dos Estados Unidos teve seu primeiro jogo, no Mineirão, em Belo Horizonte. Algumas jogadoras ouviram que o público – de pouco mais de 10 mil pessoas – gritava “bicha” nas arquibancadas _uma prática comum das torcidas de futebol em jogos masculinos no Brasil. O grito se misturou a gritos de "Zika", que acabou se consolidando a cada vez que goleira norte-americana Hope Solo estava com a bola, uma reação às postagens da jogadora sobre a doença antes de vir ao Brasil. O time norte-americano tem pelos menos duas homossexuais, a meio-campista Megan Rapinoe e a treinadora, Jill Ellis.

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