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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Oferta pública do Facebook testa suposição de crescimento fácil

No momento em que o Facebook dispara na direção de uma das maiores ofertas públicas iniciais de ações na história dos Estados Unidos, a lua de mel entre a companhia e os investidores pode já ter acabado.

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O projeto iniciado por Mark Zuckerberg, 27, quando ele ainda era aluno da Universidade Harvard pode se tornar uma das companhias de internet com maior valor de mercado quando começar a vender ações ao público. A expectativa é de que o valor de mercado da companhia possa atingir os US$ 100 bilhões.

Mas os dias relativamente tranquilos de crescimento vertiginoso no número de usuários podem ser coisa do passado no Facebook, dizem analistas, já que agora a companhia está iniciando a difícil tarefa de cumprir as elevadas expectativas de Wall Street, e operará sob intenso escrutínio público.

O prospecto do Facebook para sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), encaminhado às autoridades regulatórias dos EUA na quarta-feira, revela um negócio lucrativo e de rápido crescimento, que tem por base a receita publicitária e de transações online.

Mas os US$ 3,7 bilhões em faturamento que o grupo obteve no ano passado ficam perto do extremo mais baixo das expectativas dos analistas e ressaltam a imensa distância que separa suas operações concretas atuais e as esperanças mais otimistas de muitos investidores quanto aos seus resultados.

"Dada a avaliação que as pessoas associam ao nome Facebook, é provável que elas venham a pagar um terço a mais do que deveriam simplesmente por causa do otimismo relacionado ao nome", disse Michael Yoshikami, presidente-executivo da YCMNET Advisors, uma empresa de gestão de patrimônio da Califórnia.

"Os números só justificam uma avaliação de US$ 50 bilhões", ele disse, em referência à capitalização de mercado do Facebook.

O ritmo de crescimento do faturamento do Facebook --que foi de cerca de 88% em 2011-- justificaria uma avaliação de US$ 65 bilhões, apontou Yoshikami, o que fica bem abaixo das avaliações entre os US$ 75 bilhões e os US$ 100 bilhões que a empresa estaria buscando, de acordo com fontes.

O explosivo crescimento do Facebook veio de usuários que entraram na rede pela primeira vez em grupo, e que depois recomendaram que mais pessoas participassem da rede social, que agora tem 845 milhões de membros em mais de 70 línguas.

Mas com sinais de que a entrada de novos usuários está desacelerando, analistas dizem que o Facebook precisa fazer com que usuários existentes gastem mais tempo no site, e que anunciantes gastem mais dinheiro. Nos últimos três meses de 2011, o total mensal de usuários ativos do site cresceu 5,6%, ante 10,5% no mesmo período de 2010.

O Facebook também sabe que precisa diversificar seus canais de receita. O site tem um bem-sucedido ramo de jogos online que abocanha 30% da receita das vendas de bens virtuais em jogos como o Farmville, da Zynga.

Mesmo assim, a companhia quer encorajar usuários a consumirem serviços de mídia, competindo contra Apple e Google. Assim, a rede social recelou uma série de novos recursos e capacidades, como bate-papo por vídeo e aplicativos móveis, o que parece ter efeito na retenção de usuários.

Mas ainda é preciso ver os novos planos da empresa e seus resultados.

"Para que investidores paguem o preço deste negócio, eles vão ter que ser extremamente confiantes de que o Facebook será capaz de desenvolver novos canais de receita significantes", disse Ryan Jacob, da Jacob Funds.

"As oportunidades para eles são quase infindáveis se eles entregarem isso", acrescentou

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