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domingo, 2 de outubro de 2016

Polônia protesta contra proibição total do aborto

Milhares de pessoas vestidas de preto protestaram neste sábado (1) diante do Parlamento polonês contra um projeto de lei que proíbe totalmente o aborto na Polônia, governada pela direita conservadora católica. Na semana passada foi admitida para trâmite parlamentar, com o voto de uma ampla maioria dos deputados, uma iniciativa cidadã apresentada pelo comitê "Stop Avortment" para proibir totalmente a interrupção voluntária da gravidez, com a única exceção de que a vida da grávida corra risco imediato. Neste sábado, reunidos ao grito de "As piadas acabarão!" e respondendo ao chamado do comitê "Salvemos as mulheres", os manifestantes levavam bandeiras negras e cartazes nos quais era possível ler "Parem os fanáticos no poder", "Necessitamos de cuidados médicos, não do Vaticano" e "Queremos médicos, não policiais". "Estou realmente irritada com esses caras de terno que querem decidir sobre a vida do povo que se encontra, às vezes, em situações insuportáveis", declarou à AFP Anna Blumsztajn, uma professora do ensino médio que participou da manifestação. O comitê "Salvemos as mulheres" anunciou que recolherá assinaturas para um projeto de lei europeu que assegure o acesso garantido a um aborto legal, à educação sexual e aos métodos contraceptivos. A versão atual do projeto debatido no Parlamento prevê uma pena de prisão de até cinco anos tanto para os médicos e para outras pessoas que participem de um aborto, como para as próprias pacientes, embora permita que o juiz possa renunciar a condenar estas últimas. A lei atual, em vigor, autoriza o aborto em três casos: se existe risco para a vida ou para a saúde da grávida, se um exame pré-natal revela uma patologia grave e irreversível no embrião e se a gravidez é resultado de um estupro ou de incesto.

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